A previsão é que mais de 1000 pessoas sejam atendidas. Elas terão acesso à consulta médica e, nos casos em que houver prescrição, receberão os óculos fornecidos pelo programa
POR: Maria Teixeira
A Caritas de Angola, em parceria com a organização Vision for Life (visão para vida), realizam, desde ontem, a primeira acção de rastreio de olho e correcção de visão, na Paróquia Beata Anuarite Nengapeta, no município do Camama. Amanhã será o último dia de consulta e prevê-se atender mais de 1000 pessoas em exames com optometristas e oftalmologistas. Para as prescrições mais comuns, os óculos serão reeditados durante os dias úteis, para os mais complicados serão feitos na oficina de Essilor Angola e remetidos aos pacientes após um curto período de tempo.
O pároco da igreja Beata Anuarite, Pedro Tomás, explica que o objectivo é apoiar as crianças, jovens e adultos que enfrentam problemas de visão, que tem vindo a crescer, pelo que as duas parcerias aparecem num bom momento. Segundo a responsável da Caritas da Diocese de Luanda, Rosa Lydia, esta é uma actividade que foi apresentada pelos parceiros na Assembleia Nacional na província do Cuanza Sul, município do Sumbe em 2016. É a primeira paróquia beneficiária e desejam atingir outros pontos da periferia, porque existem pessoas que, em toda a sua vida, nunca pensaram que precisavam de usar óculos. Há ainda outras que sabem que precisam, segundo a responsável, mas não têm a possibilidade económica de adquirir, dado os preços avultados feitos pelas ópticas. Por sua vez, o director da Essilor em Angola, Carlos Matos, explicou que cerca de 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo sofrem de problemas de visão que não são corrigidos.
Mais de 30% das crianças do mundo tem problemas de visão e isso tem um impacto significativo em sua saúde, no desempenho escolar, desenvolvimento emocional e social. Em Angola existem 28, 4 milhões de habitantes, deste número 62% cerca de 17, 5 milhões de habitantes necessita de correcção visual. E a população que não têm acesso à visão corrigida é perto de 1,4 milhões, que representa 8% da população. Dona Cecília Belengue, mãe de gémeos e uma das beneficiárias, conta que a iniciativa é boa, porque os seus filhos nunca usaram óculos, nem tiveram a possibilidade de ter uma consulta de oftalmologia por falta de dinheiro. Às vezes tem de aguardar meses para o agendamento de uma consulta nos hospitais públicos, algo que a deixa desesperada.