Dois candidatos ao último concurso público da Educação, que se encontram na condição de mais de 8 mil candidatos que terão conseguido nota positiva nos exames, reclamam de enquadramento, um ano depois. Os candidatos sugerem a realização de uma segunda fase de enquadramento ao invés de um novo concurso público
Desde 7 de Janeiro de 2021 que Leandro Candumbo (em Benguela) e Laurinda Castro (na Huíla) fizeram os exames de admissão no concurso público da Educação, para a vaga de professores e, apesar de terem positiva (12 e 13, respectivamente) não foram admitidos.
Os dois fazem parte de um uni- verso de 8 mil candidatos que estão nesta condição, que já chegaram a realizar marchas pacíficas, que obrigaram a ministra da tutela a se pronunciar, em Maio do ano passado, sobre o assunto, tendo esta dado garantias de que não seria anunciado um novo concurso público sem antes chamarem os admitidos no anterior.
“Dos que estavam na lista de espera, uns entraram e outros não, por um lado. Por outro, o número de vagas disponibiliza- das é muito inferior em relação ao de professores. Voltamos à rua para manifestar o nosso descontentamento. Nesta altura começamos a exigir os mesmos direitos que os candidatos da saúde tiveram”, disse Leandro. Segundo eles, no sector da Saúde o concurso teve três fases, pelo que gostariam que os candidatos da Educação aprovados tivessem também a mesma oportunidade.
Entretanto, dos 8 mil candidatos nesta situação, a província de Benguela tem maior número, um total de 3 mil e a Huíla tem mil e 500 candidatos, províncias de onde vêm os nossos entrevistados. Os candidatos nesta situação, segundo os entrevistados, organizaram-se em grupo denominado Pedagogia e Didáctica, cujos líderes se encontram na província da Huíla, que ficou encarregue de levar as preocupações junto do MED, tendo também recebido a garantia que seriam enquadrados apenas os candidatos para o ensino primário, coisa que não aconteceu até ao momento.
Leandro Candumbo teme que sejam esquecidos e devam ser submetidos a um novo concurso público, tendo em conta que o concurso tem validade de 12 me- ses. É uma situação que a sua colega, Laurinda Castro, diz não ser justa, porque muitos são os pro- fessores dispostos a emprestar o seu conhecimento, nesta Angola que carece ainda de muitos profissionais nesta área.
Na última audiência que os candidatos tiveram com a ministra, questionaram se teria uma segunda fase, e lembra Laurinda que a resposta foi que o país não tem verbas para enquadrar novos professores, e caso pensem numa segunda fase, apenas serão priorizados os professores do ensino primário.
Os candidatos da sua província (Huíla) estão descontentes por- que o que se acordou no princípio é que chamariam os que tiveram nota máxima, até ao último 10, mas têm candidatos que tiveram 15 valores e não foram enquadrados. “No meu caso, concorri em História e a maior nota foi 13. Eu tive 13,4 e fiquei de fora”, reclamou