A Cadeia Central do Lubango foi projectada para albergar 520 reclusos e actualmente estão internados naquele estabelecimento prisional um total de 1.226 reclusos, facto que preocupa a direcção dos Serviços Prisionais na província da Huíla
O director dos Ser- viços Prisionais na Província da Huíla, subcomissário prisional Pedro Maria Luemba, está preocupado com a superlotação que se regista na Cadeia Central do Lubango, pelo que apela à conjugação de esforços entre os actores sociais para a redução do índice de criminalidade na província.
O responsável disse que este “sufoco” poderá ser ultrapassado com a abertura da Cadeia da Ma- tala, prevista para este ano, cujas obras decorrem a bom ritmo desde o ano antepassado. Ainda assim, o responsável afirmou que a construção de mais cadeias no país não será a melhor forma de se acabar com a super- lotação nestes estabelecimentos, tendo dito que a mesma passa pela educação dos cidadãos, que deve envolver todos os actores sociais, com principal destaque para as famílias, escolas e igrejas.
Na Cadeia Central do Lubango, que foi projectada para albergar 520 reclusos, estão internados um total de 1.226 reclusos, sendo 989 detidos e 537 condenados. “Passámos a capacidade instalada da nossa cadeia, temos mais de 1.000 reclusos, quando a nossa capacidade é de apenas 500, isto nos preocupa bastante.
É preciso trabalhar ainda mais na educação do cidadão para que este evite entrar em conflito com a lei”, aconselhou. Ainda assim, o director provincial dos Serviços Prisionais na Huíla garantiu que a assistência alimentar aos reclusos está a ser feita sem qualquer dificuldade, com a entrega das três refeições diárias. Também está a ser garantida a assistência médica e medicamentosa aos reclusos acamados, uma vez que existe um posto médico totalmente apetrechado.
Inclusão da população penal na produção nacional De há um tempo a esta parte, está em curso em todo o país o processo de inclusão da população penal na produção nacional, bem como na melhoria da sua dieta alimentar com o cultivo de diversos produtos. Pedro Maria Luemba informou que, apesar de não ser em grande escala, a população penal na província da Huíla tem estado a contribuir para a produção de hortícolas, tubérculos e cereais consumidos por eles, e o excedente tem sido comercializado.
“Estamos a caminhar no bom caminho, temos estado a registar resultados positivos neste processo de inclusão da população penal na produção nacional. Nesta senda, neste ano agrícola, temos a previsão de cultivar 40 hectares com principal realce para os cereais e hortícolas”, disse. Para além da agricultura, Pedro Maria Luemba referiu que estão igualmente a ser formados mais de 100 reclusos em várias especialidades profissionais, com cursos que duram 45 dias, em parceria com o Instituto Nacional de Formação Profissional (INEFOP). Destacam-se os cursos de mecânica, serralharia, marcenaria, culinária, pastelaria e corte e costura.
POR: João Katombela, na Huíla