O bispo da Igreja Luterana em Angola, dom Tomás Ndawanapo, defendeu, essa Terça-feira, em Ondjiva, a criação de mecanismos para travar as confissões religiosas ilegais, que promovem discórdias familiares nas comunidades.
Num encontro com os órgãos da Administração da Justiça, o bispo afirmou estar “bastante preocupado”, com o comportamento de determinadas igrejas que durante os cultos, recorrem a práticas que nada tem a ver com a fé cristã.
Dom Tomás Ndawanapo lamentou “o exagero nos discursos de muitas seitas religiosas, algumas das quais promovem práticas que destroem famílias, quando a mensagem da igreja deve ser de paz e irmandade”.
Segundo o prelado, a igreja perdeu o seu carácter, devido ao comportamento dos seus líderes que intervêm em nome da igreja, no sentido de criar divisões e mal-estar, através de acusações de feiticismo, adivinhas e outras práticas.
“São realidades que acontecem nas comunidades, por igrejas e seitas religiosas não reconhecidas pelo Estado, cujas atribuições violam as leis, corrompem os valores e atentam gravemente contra as tradições dos povos”, sustentou.
Por seu turno, o procurador da República no Cunene, Américo Cassoma, disse ser fundamental o apoio das igrejas reconhecidas no combate à proliferação de seitas e cultos clandestinos, através de denúncias e sensibilização da população, por formas a não aderirem a estes locais.
O magistrado apontou a falta de fiscalização e denúncias por parte das autoridades administrativas, tradicionais e das próprias comunidades, a existência e proliferação destas igrejas.
Disse que o país reconhece igrejas que respeitam as leis, tradições e costumes, para a construção de uma sociedade livre, justa, democrática, de paz, igualdade e progresso social.
O Gabinete provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos do Cunene controla 47 denominações religiosas reconhecidas, 18 em via de legalização e 26 ilegais.