A administração do Parque Nacional do Bicuar, na província da Huíla, afirma ter condições de pasto e de segurança para acolher, pelo menos 2 mil, dos 80 mil elefantes que o país deve importar do Botswana
Embora não exista uma comunicação oficial de que a Reserva venha beneficiar de parte do lote anunciado durante a visita do Presidente João Lourenço àquele país, segundo o seu administrador, José Maria Candungo, a expectativa é grande, com vista a reforçar a manada existente no local e assim promover o turismo.
A informação foi avançada, ontem, Quinta-feira, no Lubango, à ANGOP, referindo que “seria uma boa aposta”, pois o Parque não regista casos de caça furtiva há mais de cinco anos, não há produção de carvão, nem garimpo de madeira, o que está a contribuir para o adensamento da fauna e flora.
Declarou que os elefantes no parque nunca foram extintos, mas por causa da caça furtiva no período pós-independência até 2010 obrigou que a maior parte fugisse, pelo que de momento a estimativa é que existam 500 animais, pouco familiarizados com os humanos, por traumas provocados pelos abates.
“Do programa que há da entrada de novos elefantes no país vindos do Botswana, caso recebamos, há condições, em termos de pasto, água e segurança para 2 mil elefantes”, considerou.
Assegurou aos empresários nacionais e estrangeiros que querem investir no Parque, sobretudo na vertente do turismo, que há segurança e outras condições para fazerem os seus investimentos.
Fez saber que gostavam de ter no parque para nova introdução aqueles animais em falta há anos, nomeadamente a zebra, a avestruz, o gnu, a impala, o búfalo, um assunto de conhecimento do Ministério do Ambiente, que garante estar a trabalhar para dar uma resposta.
Realçou que no Parque, nas zonas de bebedouros, nota-se um nível de crescimento das manadas, em 2022 havia 12 animais por cada rebanho e actualmente são contabilizados de 34 a 36.
Com uma dimensão de 7 mil e 900 quilómetros quadrados, o Parque do Bicuar encontra-se a 165 quilómetros da cidade de Lubango e foi criado em 1953 com o objectivo de proteger e defender diversas espécies animais e vegetais, estando localizado numa zona limítrofe dos municípios do Quipungo, Matala e Gambos.
É tutelado pelo Ministério do Ambiente, foi estabelecido como reserva de caça, em 1938, e elevado a Parque Nacional em Dezembro de 1964.
A reserva possui manadas de elefantes, palancas, olongos, mabecos, hienas, bambis, palanca-castanha, uma gama de aves e uma flora saudável.