As autoridades nos municípios de Belas e da Quiçama, em Luanda, lançaram, na semana finda, uma campanha de sensibilização e proibição da captura de peixe miúdo com duração indeterminada, soube ontem a ANGOP
A campanha denominada “Cabuenha” está a ser dirigida às comunidades de pesca artesanal e é executada por uma equipa multissectorial composta por elementos da Polícia Fiscal, Capitania do Porto de Luanda e da direcção local da Agricultura e Pescas.
O chefe da Polícia Fiscal na Barra do Cuanza, inspector Lourenço André, disse ontem à ANGOP que, durante a campanha, com duração indeterminada, estão a ser realizados encontros com pescadores das comunidades residentes no perímetro das circunscrições ribeirinhas do rio Kwanza e Curinge, bem como da orla marítima.
Estão, igualmente, a ser distribuídas cartilhas a recomendar o tipo de redes a ser usada, sobre emissão de licenças de pesca e de captura, preservação do meio ambientes e as espécies que podem ser capturadas.
Disse que a oferta de pescado que, nesta época, deveria ser farta, torna-se escassa devido à pesca ilegal de peixe miúdo praticada por algumas cooperativas e pescadores que insistem na prática desta actividade proibida pelo Governo.
“A pesca em fase de desova e crescimento é proibida por lei, mas alguns pescadores de determinadas cooperativas insistem em capturar e comercializar este tipo de peixe nas praias dos municípios”, lamentou.
Segundo a fonte, a deficiência na fiscalização faz com que muitos pescadores acabem por capturar o peixe miúdo que devia ser devolvido ao mar para maturação e manter o ciclo normal de crescimento.
A ANGOP sabe, de acordo com pescadores, que algumas espécies de peixe já não aparecem com tanta frequência como no passado.
O peixe burro, savelha, pungo, macôa e corvina são apontados entre os de oferta menos frequente nos mercados de Luanda.
Em 2022, no município de Belas, foram registadas mais de 100 embarcações artesanais que exercem actividade de forma ilegal, sem os pagamentos anuais de licenças.