Celebra-se, hoje, o Dia Mundial da doença de Alzheimer e a preocupação dos biomédicos reside no facto de a patologia ser desconhecida por muitos, no país, e a hereditariedade ser apontada como causa, por poucos que têm conhecimento da mesma
O bastonário da Ordem dos Biomédicos Clínicos e Laboratoriais de Angola, Joaquim Castigo Levita, considera que as constantes perdas de memória pode ser um elemento fundamental para consciencializar os angolanos sobre a referida doença, por esta ser um transtorno neuro-degenerativo progressivo e fatal, que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória.
“É neurológica, porque está ligada ao cérebro, às substâncias cinzentas, que são consideradas como corpos neuróticos, e é degenerativa, porque se dá, praticamente, a morte desses com ponentes que têm a função de revestimento”, explicou o bastonário, tendo classificado o corpo em causa como memória.
Joaquim Castigo Levita, que entende a memória como a gravação de ou informação armazenada nos corpos neuróticos, lembrou que, se um neurónio morrer, a mensagem aí gravada perde-se completamente, porque o mesmo não se regenera.
“Para a ter, de novo, o cidadão tem de voltar a aprendê-la”, realçou o especialista, para dar a entender a gravidade da doença.
Segundo o representante dos biomédicos, a doença afecta mais os indivíduos, a partir dos 60 anos de idade, se se considerarem as condições de controlo de saúde de cada região.
Aliás, o especialista falou da confusão inicial que se pode fazer com outras patologias do fórum neurológico, quando se tratar de Alzheimer.
As actividades mentais são encaradas como factores que podem evitar a degeneração dos neurónios, o que pode contrariar a tendência etária de contracção dos referidos transtornos.
Por essa razão, ele caracterizou-a como uma doença endógena, visto que, ao envelhecer, a pessoa tem a grande tendência de ir perdendo a memória.
“Normalmente, manifesta-se como um individuo que sofre de depressão, irritação e que vai repetindo muito as coisas, denotando um esquecimento total das vivências que já havia memorizado”, frisou o especialista clínico laboratorial.
Entre as causas idiopáticas, o bastonário apontou as radiações, as toxinas e a hereditariedade, tendo adiantado que a cura está ainda por se descobrir.
“A cura não está aprovada, mas o que existe são alguns medicamentos com capacidade para retardar a morte dos neurónios2, reforçou.
O entrevistado reconheceu que, em Angola, as doenças do fórum neurológico ainda são pouco ou mal estudadas, uma realidade, que o biomédico não eleva muito, ao referir-se aos países mais desenvolvidos.
“Nós, aqui no nosso país, ainda temos muitas insuficiências de análise, no capítulo da neurociência”, frisou o bastonário dos biomédicos, atendo-se ao défice de serviços laboratoriais que se regista um pouco por todas as unidades hospitalares.
Hereditariedade não é causa totalitária As poucas pessoas que conhecem a doença, em Angola, classificam-na, vagamente, como sendo de causa hereditária.
Entretanto, Joaquim Castigo Levita referiu que a hereditariedade não é o principal factor, uma vez que a mesma resulta da morte dos neurónios.
Considerando-a também como uma doença poligênica, por estarem envolvidos muitos genes nas lesões que resultam na patologia, o especialista em biomedicina e clínica recomendou a todos para cuidarem, regularmente, da sua saúde mental e do estilo de vida diário.