A barragem hidroeléctrica do Luachimo, cujas obras de reabilitação e ampliação decorrem deste Janeiro de 2017, no município de Chitato, província da Lunda Norte, pode ser entregue ao Governo até Novembro deste ano, revelou, ontem, o director do projecto pelo GAMEK, Joaquim Garcia
O gestor público, que fez essa revelação durante a visita efectuada ao empreendimento pela vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, garantiu que a execução física da barragem ronda os 92 por cento, razão pela qual a previsão de entrega do projecto está fixado no mês acima referido.
Segundo o director do projecto pelo GAMEK, todos os equipamentos estão montados e duas das quatro turbinas já funcionam em pleno, sendo que as outras duas estão em fase de acertos.
Explicou que recentemente registou-se uma ocorrência de entrada de areia no circuito hidráulico o que obrigou a paralisação da central e ao mesmo tempo realizar acertos nas últimas duas turbinas que faltavam.
Disse que actualmente a cidade do Dundo tem um consumo de energia eléctrica a rondar os 15 megawatts, com a entrada em funcionamento pleno da barragem do Luachimo, com 34 MW, a cidade terá um excedente de quase 14 megawatts.
Pagamentos efectuados
Joaquim Garcia disse, de acordo com a Angop, que o Estado angolano já cumpriu com o pagamento das obras de reabilitação e ampliação da barragem, orçada em 212 milhões, 310 mil e 22 dólares.
“O Executivo angolano não deve nada ao empreiteiro, ao contrário, a empresa construtora é que está e nós somos que temos dívidas com o Governo”, frisou.
Explicou que do ponto de vista de execução financeira, o Governo honrou com a sua responsabilidade financeira e eles é que estão um pouco atrasados porque tiveram que actualizar o cronograma em função de algumas situações técnicas corrigidas ao longo da execução física do projecto.
Oprojecto
As obras compreenderam a reabilitação dos equipamentos mecânicos, execução de um novo circuito hidráulico dimensionado para 240 metros cúbicos de água por segundo, constituído por tomada de água, canal de adução, câmara de carga e canal de restituição.
Foi também construída uma nova subestação de 60 quilovolts e remodelada a estrada de acesso à barragem, incluindo a passagem para a central.
A nova infra-estrutura da central tem 35 metros de altura, o equivalente a um prédio de 11 andares, instalada numa área de 50 metros de extensão e 30 outros de secção transversal.
O edifício da antiga central foi reabilitado para servir instituições de ensino técnico, perspectivandose ser o primeiro museu do sector de energia em Angola.
A empreitada inclui a recuperação da linha de transporte de alta tensão de 85 quilómetros até à vila mineira do N´zagi, município do Cambulo, com um valor adicional avaliado em 40 milhões de dólares.
A última etapa do projecto prevê o alargamento da rede de distribuição até à sede do Lucapa, incluindo a localidade de Calonda.
A linha de transporte vai também passar pelas localidades de Fucaúma e Cassanguidi, tendo em consideração a existência de actividades económicas, sobretudo no sector da extracção mineira.