Três jovens, com idades compreendidas entre os 23 e os 29 anos, entregaram-se, na tarde da última terça-feira, à Polícia Nacional, depois de se terem apercebido que sobre eles se tinha emitido um mandado de captura pelo Ministério Público, por espancarem um professor de 37 anos de idade, que conheceu a morte
A informação foi avançada ontem, na cidade do Lubango, capital da província da Huíla, à imprensa pelo chefe de Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), do Comando Provincial da Polícia Nacional na Huíla, superintendente Pedro Cassoma.
O superintendente disse que, depois da detenção dos autores, que na manhã de sábado, 03, apresentaram o jovem professor à 3.ª Esquadra da Polícia com sinais de agressão, entregaram-se livremente três cidadãos, que foram apresentados ao juiz de garantia.
Por outro lado, Pedro Cassoma revelou que, apesar da gravidade das lesões que a vítima apresentava, o Ministério Público aplicou uma medida, que não é a mais gravosa, no entanto, depois de a Polícia ter tomado conhecimento da morte do professor, de 37 anos de idade, foi feita uma informação subsequente ao Ministério Público, que emitiu mandados de detenção. “Os mandados foram emitidos contra três dos indivíduos que inicialmente são suspeitos de serem os autores da agressão.
Tão logo se aperceberam que haviam sido emitidos mandados de detenção contra eles, estes apresentaram- se voluntariamente ao DIIP”, revelou. Rosário dos Santos é um dos familiares da vítima, que conviveu com a mesma horas antes da agressão que originou a morte de Valdemiro Japão, professor de 37 anos de idade, colocado no município dos Gambos, na província da Huíla.
Disse que o seu irmão nunca se tinha envolvido em qualquer briga. “O nosso país tem órgãos de justiça, nós confiamos neles, por isso é que, apesar de termos perdido o nosso irmão, continuamos calmos e serenos, conhecemos a casa dos agressores, não partimos para a violência, mas a família dos agressores, por remorso, abandonaram a sua residência. Esperamos que a Justiça faça o seu trabalho, com justiça, e que os culpados paguem pelo crime cometido”, apelou.
Advogado tenta minimizar acto
Durante a sua apresentação pública, decorrida ontem, na sede do Departamento de Ilícitos Penais (DIIP), na cidade do Lubango, os acusados, de 23, 26 e 29 anos de idade, fizeram-se acompanhar do advogado, que tentou minimizar as acções praticadas pelos seus constituintes.
À imprensa, Aldair Pedro, advogado de defesa dos acusados, disse que os seus constituintes nunca se colocaram em fuga, como se propalou nas redes sociais e na comunicação social. “Os nossos constituintes vêm acusados dos crimes de ofensas graves à integridade física, que infelizmente veio a terminar em morte.
Eles nunca se colocaram em fuga, sempre estiveram aqui a colaborar, no sentido de esclarecer a verdade. Trata-se de uma invasão ao domicílio, trata-se de um bairro muito perigoso que, dias antes, já tinha sido visado por meliantes, eram duas horas da madrugada”, disse.
Por outra, o defensor acrescentou ainda que o malogrado dirigiu-se à residência tentando entrar pela porta traseira, um dos filhos ouviu o movimento, levantou-se da cama e perguntou quem era. “E do lado de fora, o malogrado a dizer que estava armado e que iria entrar na casa ainda que fosse pelo teto”, explicou.
Valdemiro Japão, de 37 anos de idade, é professor colocado no município dos Gambos, deixa viúva e três filhos menores. Perdeu a vida no dia em que celebrava a sua promoção no sector em que trabalhava.
POR:João Katombela, na Huíla