Uma média de 60 casos de gravidez precoce, em adolescentes dos 13 aos 17 anos de idade, são registados mensalmente no Hospital municipal da Caála (Huambo), facto que preocupa as autoridades sanitárias locais.
A informação foi prestada, Terça-feira, à ANGOP, pela responsável da maternidade da maior unidade hospitalar do município da Caála, Anabela Cassita Capamba, ao referir que as raparigas, na sua maioria de bairros periféricos e aldeias recônditas, têm tido partos complicados e apresentarem insuficiência no desenvolvimento da pelve.
Informou que durante os primeiros três meses do corrente ano foram realizados 178 partos precoces, um aumento de 20 por cento em comparação ao igual período anterior, entre normais e por cesariana.
Anabela Capamba disse tratar-se de uma situação preocupante pelo facto de as adolescentes, principalmente do meio rural, se tornam mães muito cedo, acabando, deste modo, por comprometer o seu futuro, para além de correm certos riscos de vida.
Entre as gestantes precoces, disse, constam cegas e surdas, algumas por curiosidade e falta de conhecimento, enquanto outras foram vítimas de abuso sexual por pessoas próximas (pais, tios, avós, cunhados, primos e vizinhos).
Para contrapor a situação, disse, as autoridades sanitárias intensificaram as campanhas de educação sexual nas comunidades, assim como de aconselhamento ao diálogo entre pais e filhos, com foco na prevenção dos casos de gravidez precoce.
Referiu que estas campanhas estão a ser realizadas nas escolas, igrejas e mercados informais, tanto da zona urbana, como da rural, com o envolvimento da administração municipal e das autoridades tradicionais.
Anabela Capamba destacou a necessidade do ajustamento das novas tecnologias aos programas de resgate dos valores éticos e de educação sexual, para a redução, de forma significativa, dos casos de gravidez precoce.
O hospital municipal da Caála, criado em 1970, presta serviços em várias especialidades, entre as quais pediatria, obstetrícia, estomatologia, nutrição, hemoterapia, ginecologia, cirurgia, saúde mental, oftalmologia, ortopedia, cirurgia e otorrinolaringologia.