Representantes juvenis de taxistas, estudantes universitários e de alguns partidos políticos questionaram ontem os critérios de candidatura, selecção e premiação do Prémio Nacional da Juventude.
A contestação foi apresentada na ocasião de um encontro que o Secretariado de Estado da Juventude realizou com as associações juvenis e estudantis sobre o referido prémio, em 2024, bem como do encerramento da consulta pública do Plano Estratégico de Desenvolvimento Integral da Juventude.
Da Liga da Juventude Lusófona, ouviu-se a preocupação de possíveis vícios que os processos de inscrição, selecção e premiação acarretam pelo simples facto de não se conhecerem, de antemão, os júris.
Essa associação juvenil pediu também para se ponderar o critério de inscrição virtual, já que, na sua óptica, uma boa parte da juventude angolana não faz uso das novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC´s).
A ideia é permitir que os jovens nessas condições concorram de igual para igual com os usuários das TIC´s, para fazer jus ao pressuposto da participação massiva no prémio.
Os estudantes, por sua vez, consideraram que a premiação de um milhão e 500 mil Kwanzas está fora da realidade da classe, que, segundo eles, deviam sentir que o trabalho premiado pode cobrir o investimento feito.
Para tal, recomendou que a organização se esforce a buscar parcerias que agregam outros valores ao prémio. “Se o vencedor for um estudante, ele devia ter a garantia de que a gratificação final lhe permitiria terminar o ciclo de formação que estivesse a seguir”, deixaram patente as associações estudantis, que propuseram ao Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD) para levar a consulta pública sobre o Plano Estratégico de Desenvolvimento da Juventude às universidades.
Em nome dos taxistas de Angola, Francisco Paciente pediu para se definirem melhor as categorias do prémio, entre as quais disse verificar poucas opções para os seus associados. Importa referir que, no leque das categorias, se destacam as de empreendedorismo juvenil, cultura e arte, empresariado juvenil, associativismo e voluntariado, bem como inovação, além da de desporto comunitário.
Propôs, igualmente, que se esticasse mais a data do prémio, tendo sublinhado que, dessa forma, daria até jeito para trabalhar com os dados do próximo censo populacional.
O líder da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA) manifestou a vontade de ver mais transparência e celeridade nos processos que envolvem o Prémio Nacional da Juventude.
Jaime Vunge, José Francisco e Carlos Cassoma, representantes das forças juvenis dos partidos políticos PRS, PDP-ANA e da FNLA, alegam que as categorias seleccionadas pela organização demonstra claramente a marginalização dos feitos de alguns jovens, razão pela qual aconselharam o MINJUD a dialogar mais com a classe abrangente.