Associação dos Naturais e Amigos da província de Benguela denominada “Acácias Rubras” promete mobilizar recursos financeiros para acudir os problemas sociais que apoquentam a província. O presidente da associação, Eliseu Bumba, garante estar a encetar contactos com empresas para que a sua pretensão seja efectivada.
Texto de: Constantino Eduardo, em Benguela
Ciente das dificuldades de Benguela – consubstanciadas na debilidade do saneamento básico, linhas de comunicação degradadas, entre outros – a Associação, que conta desde 22 de Março com uma nova direcção, encabeçada por Eliseu Bumba, quer envolver a classe empresarial na solução dos principais problemas da sociedade benguelense.
Em entrevista a OPAÍS, o responsável considera importante que os empresários, num claro momento de dificuldades financeiras como a que a província enfrenta, se sensibilizem, auxiliando quem governa a ultrapassar determinados problemas sociais, uma vez que o Orçamento Geral do Estado, embora já tenha sido aprovado, o Governo Provincial, à semelhança das demais localidades – segundo fontes – não está a executá-lo.
Ou seja, o Executivo de Benguela está desprovido de meios financeiros para fazer face aos problemas sociais. “Benguela é uma província com características próprias. No âmbito da parceira com as instituições do Estado, queremos aparecer onde o Estado não aparece”, garante.
O objectivo, assinala Bumba, é apoiar as pessoas mais carenciadas e, sobretudo, as crianças que têm a rua como morada. Todavia, realça que a intenção não é usurpar as competências do Estado, mas apenas ajudá-lo a resolver os problemas. “O que nós queremos fazer é estudar o fenómeno e fazermos como devemos chegar aos pais e saber a condição do pai e, se calhar, criarmos sinergias conjuntas junto as instituições afins para ajudar os pais”. Ressaltou que uma das linhas de força da associação é o bem-estar material e espiritual das comunidades locais.
Eliseu Bumba tem as atenções igualmente viradas para a reestruturação da organização, de modo a proporcionar maior mobilização e sensibilização nos municípios e promete a edificação de uma sede da associação em Benguela, há muito pretendida pelos associados.
Eliseu Bumba mostra-se consciente das dificuldades de Benguela, por essa razão, assegura ter já a “fórmula” para as ultrapassar, mobilizando quem detém capacidade financeira para se juntar à causa de Benguela. “Empresas privadas, fundamentalmente, para, em conjunto, fazermos frente a estas situações. O combate, queremos que seja inserido na sociedade” e “trabalhando com aqueles que podem”, apontou.
“Não estamos aqui a dizer que vamos resolver os problemas na sua totalidade”, mas minimizálos, no sentido de que se encontrem formas de os enfrentar. Nessa altura, Bumba enceta contactos com as empresas para que a pretensão do seu elenco directivo – que diz ser bastante compacto – seja um facto.