O secretário provincial do SINPROF na Huíla declarou ontem, (Sexta-feira) na cidade do Lubango, que o ano lectivo de 2018 pode não arrancar caso o Governo, através do Ministério da Educação, não responda satisfatoriamente ao caderno reivindicativo apresentado em Abril do ano passado.
POR: João Katombela, na Huíla
João Francisco declarou, ao longo de uma entrevista concedida em exclusivo a OPAÍS, que a organização que dirige projecta uma greve logo para o início do ano lectivo, como forma de pressionar o Governo a satisfazer as reivindicações que constam no caderno reivindicativo já em posse do Ministério da Educação. Segundo o sindicalista, essa greve será a continuação da já havida no ano passado e que foi suspensa face a uma promessa feita pelo Governo e que até à data presente não foi cumprida.
“A nossa greve foi suspensa no ano passado justamente para permitir que o Governo desse solução aos problemas, de acordo com as promessas que foram feitas até àquela altura. Mas, desde Abril que nós suspendemos a greve até este momento não se vislumbra nenhum sinal. Mas o pior de tudo isso é que no Plano Intercalar do Governo de Outubro de 2017 a Março de 2018 não consta a aprovação do novo estatuto da carreira docente dos professores não universitários, uma medida que esperávamos que fosse adoptada face aos vários problemas de que a classe ainda reclama”, apontou. Neste sentido, prosseguiu, “estamos aflitos nas vésperas de mais um ano lectivo.
Na nossa óptica, já está definido que este ano lectivo estará condicionado. Isto significa que se o novo estatuto da carreira docente não for aprovado e implementado antes de Fevereiro a greve será inevitável”. No caderno reivindicativo apresentado pelo Sindicato Nacional dos Professores ao Ministério da Educação constam, entre outras reclamações, a actualização de carreira, despartidarização das instituições públicas, ineficácia da Reforma Educativa, bem como o pagamento de alguns subsídios.
Relativamente à Reforma Educativa, João Francisco assevera que está eivada de vícios, sobretudo nas classes de transição automática, bem como o sistema de monodocência, isto na 5ª e 6ª classes. Para que a greve não tenha lugar, o secretário provincial do SINPROF na Huíla, João Francisco, considera a necessidade de o Governo empenhar- se na resolução da situação. “Pedimos ao Presidente da República que tome uma decisão a este respeito, para que o ano lectivo não passe pelas mesmas circunstâncias que as de anos anteriores, em que os nossos educandos saíram prejudicados”, recordou.