O arcebispo de Luanda, Dom Filomeno Vieira Dias, exortou, ontem, os fiéis e os citadinos, em geral, a cuidarem da capital Luanda, de forma a manter a sua beleza, arquitetura e historia, e permitir as próximas gerações viverem numa cidade encantadora e acolhedora.
Ao celebrar a missa de acção de graças em alusão aos 447 anos da cidade de Luanda, o prelado sublinhou ser tarefa e responsabilidade de todos habitantes preservarem esta parcela do território nacional, por ser também a casa comum dos luandenses e o rosto de todos os angolanos.
Para Dom Filomeno, Luanda deve ter a contribuição de todos os cidadãos que precisam saber que isso é um compromisso colectivo, pelo que “vamos fazer uma cor- rente a volta da nossa cidade capital, para o nosso próprio bem, como pessoas seculares e para que possamos viver, em proximidade e irmandade, a partir dos bairros onde vivemos”.
“Luanda precisa da dedicação, entrega e entusiasmo de todos, para o bem da própria cidade. Entretanto, deve haver maior esforço dos seus habitantes para se ter uma cidade de sonhos, envolvendo arquitectos, psicólogos, académicos, entre outros, para maior desenvolvimento da nossa Luanda”, assinalou, segundo a Angop. O arcebispo considerou ser da responsabilidade dos próprios nativos e moradores de Luanda a cuidar e zelar pela imagem da mesma, para que seja um lugar de encontro para todos e com condições de habitabilidade que deixem os citadinos sentirem-se à vontade.
“Devemos conservar os nossos bairros de Luanda como era feito nos anos 70, 80, sobretudo os subúrbios”, reforçou o arcebispo de Luanda, pedindo, de igual modo, iniciativas dos próprios habitantes em relação aos cuidados a darem a mesma e para torná-la cada vez mais bonita, limpa e moderna. Dom Filomeno Vieira Dias disse haver, em Luanda, pessoas de todos os grupos, como o cidadão solitário que não está inseri- do em nenhum grupo da sociedade e nem na igreja, além dos que não têm família e se encontram em situações graves a exemplo dos idosos, crianças, doentes esquecidos pelos parentes ou abandonados por todos.
“Contudo, vemos ainda em Luanda aquela cidade de proximidade e solidariedade, onde o vizinho é família que acorre junto ao hospital e que atende o negócio do vizinho que está à sua porta. Queremos dar graças a Deus por tudo isso e muito mais. Que sejamos uma cidade sem exclusão e sem preconceito” – expressou. Durante a sua prelecção (não propriamente homilia) desejou que Luanda seja efectivamente uma terra de paz, justiça, saúde, trabalho, harmonia e irmandade, sem desigualdade social.