O arcebispo do Huambo, Dom Zeca Martins, aconselhou ontem, na vila da Muxima, município da Quiçama, as famílias angolanas a praticarem a agricultura familiar, como se fazia no passado, a fim de se diminuir a pobreza
O prelado deixou esse repto quando dirigia a missa de encerramento da peregrinação ao Santuário da Nossa Senhora da Conceição da Muxima, que decorreu de 30 de Agosto a 1 de Setembro, com o lema “Com Maria Vivamos na Fé o Ano da Oração”.
Aos milhares de fiéis católicos, membros do governo, representantes de partidos políticos com assento parlamentar presentes no evento, o arcebispo perguntou a razão pela qual os angolanos deixaram de se auto-sustentarem com a sua própria produção.
“Por que é que os angolanos não cultivam o sisal, o café e algodão, como faziam as famílias no passado, e evitar o abuso do consumo de álcool, a intriga e a fofoca?” questionou, reconhecendo que o país é fértil e apto para esse fim. Porém, lamentou o estado de vulnerabilidade em que se encontra a maioria das famílias no interior das províncias de Angola, tendo apelado aos que podem mudar o curso da situação a manifestarem o sentimento do amor ao próximo.
Dom Zeca Martins referiu, segundo a Angop, que alguns dos angolanos devem se abster da imoralidade, seguirem os preceitos religiosos, amar a Deus acima de todas as coisas e amar o próximo como a nós mesmos, a fim de salvar a humanidade inteira.
O arcebispo do Huambo alertou que desenvolver os sentimentos de insensatez, cobiça, inveja, calúnia, injustiça, adultério, fraudes, difamação e orgulho são vícios que tornam o homem impuro, pelo que desaconselha.
A peregrinação deste ano teve como convidado especial o bispo da diocese do Porto, Portugal, Dom Manuel Rodrigues da Silva Linda, a quem coube a responsabilidade de fazer a abertura deste evento. A romaria teve a participação de milhares de devotos vindos de todas as províncias e de outros países.