Chamando a atenção para não se considerarem como incapazes de desenvolverem actividades intelectuais (aprenderem ou ensinarem), o responsável da associação que defende esta classe fala da necessidade de se reforçar a auto-estima e o treinamento
O presidente da Associação Angolana de Apoio a Pessoas Autistas e Transtornos Globais de Desenvolvimento (APEGADA), António Teixeira defende o processo de treinamento e formação académico-profissional das pessoas com deficiências intelectuais como elementos de auto-valorização e afirmação.
“Primeiro é preciso explicar que nem todo o autista é deficiente intelectual, mas a falta de orientação e treinamento dos mesmos pode levá-los a evoluir para essa deficiência.
Depois, dizer que a preparação das pessoas com essas necessidades atribui-lhes a facilidade de controlarem, a seu nível, a sua vida e tornarem-se mais independentes”, esclareceu o líder da APEGADA, tendo anunciado que a sua instituição está a levar a cabo alguns programas, para os quais pede apoio e patrocínio.
António Teixeira referiu-se ao primeiro, que foi programado para beneficiar crianças autistas ou com transtornos globais com idades compreendidas entre os cinco e 12 anos, cujo propósito é mostrar caminho ao Governo como se deve caminhar para que o referido grupo de pessoas com essas dificuldades de saúde não se convertam num problema para a sociedade.
Outro projecto levado a cabo pela APEGADA é o de apoio às famílias, por meio de visitas aos habitat´s dos autistas e de outros visados, de modo a suscitar nas famílias dos mesmos mais responsabilidade e comprometimento no devido tratamento aos seus parentes nessas condições, assim como se prepararem para conseguirem lidar melhor com os mesmos.
Para que essas actividades ocorram de forma efectiva, a associação implementou um pacote instrutivo denominado “jovem mediador”, que absorve estudantes universitários, dos cursos de ciências humanas.
“Estes jovens, antes contemplados com uma formação preparatória, vão auxiliar na busca, encaminhamento, instrução e orientação dos autistas e de outras pessoas com necessidades do género registadas pelo centro da APEGADA, nas áreas social, profissional, artística e desportiva”, disse o presidente, que reforçou a intenção de instruí-los e treiná-los.
O defensor dos autistas referiu que ele e os seus colaboradores directos andam à procura de empresas para apoiar poucas actividades em curso, ao mesmo tempo que se desdobram a bater as portas de instituições do Estado.
A António Teixeira entristece saber que no Plano Nacional de Formação de Quadro não está contemplado o atendimento das necessidades da classe de pessoas que defende.
Aliás, ele referiu que o próprio Instinto Nacional de Emprego e Formação do Profissional (INEFOP) não possui nenhum pacote de formação específica e direccionada aos autistas e deficientes intelectuais, “E, aqui, não porque estamos a entender mal as suas políticas de formação.
Não temos isso, porque se houvesse devia vir mesmo detalhado como cursos para pessoas com deficiência intelectual e, além do formador do curso técnico, haveria outros instrutores para as necessidades psico-técnicas e de apoios vários.