Na sequência da ocorrência, três dos quatro cidadãos acusados de envolvimento no crime já estão à conta com a justiça, ao passo que um deles se encontra em fuga, revelou a OPAIS o porta-voz da delegação do Ministério do Interior local, superintendente- chefe Pinto Caimbambo, acrescentando que os mesmos alegam terem confundido a anciã com uma bruxa
Uma cidadã, de 80 anos de idade, foi espancada, até à morte, por um grupo de quatro cidadãos, entre os quais um agente das Forças Arma- das Angolanas (FAA), no bairro do São João, município do Lobito, sob acusação de feiticeira e causadora de desgraça no bairro. Segundo relatos, há já algum tempo que os jovens vinham acusando a vítima de ser a anciã responsável pela desgraça no bairro com praticas de feitiçaria, situação que fez com que os mesmos teriam aproveitado a calada da noite para se livrar da cidadã.
Em declarações à imprensa, o filho da vítima, Felisberto Sapalo, confirma que, entre outros agressores, está um agente das Forças Armadas Angolanas, vizinho da anciã. Apesar das suas alegações, Felisberto não entende a razão de tanta maldade e brutalidade dos supostos autores contra a sua mãe, até porque muitos deles eram uma espécie de filhos de casa e prestavam alguns serviços de construção para a família.
“Quando eles estavam a bater a mãe, ela ainda disse eu sou mãe do Kito. Independentemente do que eles podem alegar, nada pode tirar o bem precioso, que é a vida, não importa do que as pessoas são acusadas”, lamentou, acrescentando ainda que a mãe há muito que sofria de problemas de visão, daí ter saído sozinha na calada da noite. Por sua vez, dona Alívia, também filha da malograda, conta que o grupo de cidadãos interpelou a sua mãe próximo de casa, senta- da em uma pedra.
A senhora disse que ela foi espancada com vários objectos contundentes. “Puxaram mesmo daí acusada de bruxa, maltratam até que chegou a está situação”, deplorou a filha que espera que os autores sejam exemplarmente responsabilizados por aquela prática qualificada como macabra.
A contas com a justiça Entretanto, três dos quatro cidadãos já estão à conta com a justiça, ao passo que um deles se encontra em fuga – revelou o porta-voz da delegação do MININT, superintendente-chefe Pinto Caimbambo, a O PAÍS, acrescentando que eles alegam terem confundido a senhora com uma bruxa, a julgar pela hora em que ela se encontrava fora de casa. De acordo com o responsável, as agressões foram tantas que a senhora não resistiu e acabou por perder a vida.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela