Faltam carteiras, quadros e portas no Complexo Escolar Nº 50, bairro da Mitcha, na capital da província da Huíla. os alunos e professores pedem que esta situação seja resolvida, uma vez que pode influenciar no rendimento escolar
Os alunos do segundo Ciclo do Ensino Secundário no Com- plexo Escolar Nº 50 no bairro da Mitcha, arredores da cidade do Lubango, clamam pela intervenção urgente das autoridades governamentais na solução dos diversos problemas que a escola atravessa. Adilson Chiengo, de 17 anos, é aluno da 8ª Classe, e disse que o que mais preocupa a sua turma é a falta de segurança, o que tem estado a contribuir para o alto índice de assaltos na Escola, sobretudo durante o percurso de ida e vinda da instituição.
“Queremos que o Governo olhe para a nossa Escola, porque aqui não tem guarda, várias vezes já fomos assaltados aqui na Escola, queremos também que pelo menos nos mandem carteiras, portas e janelas. A chuva começou e não temos condições de nos defender das consequências da chuva”, apelou. Por seu lado, Ana Matias, aluna da 9ª classe, fala da condição dos quadros da escola, tendo dito que os mesmos não permitem uma boa visualização durante as aulas, por isso, apela às autoridades a inveterem o quadro.
“Os nossos quadros estão todos péssimos não se consegue ler em condições porque são feitos de cimento, quase da mesma cor que o giz. Queremos que mandem quadros novos para a nossa Escola, porque estamos a ter problemas nos olhos” solicitou.
Falta de carteiras pode prejudicar os alunos
Os professores que leccionam no II Ciclo do Ensino Secundário no Complexo Escolar N 50 admitem que as condições não são das melhores. Para além de as mesmas influenciarem no rendimento negativo dos alunos, os professores, que preferiram falar sob anonimato, afirmam que os alunos podem desenvolver certas deficiências, por conta das cadeiras usadas durante as aulas naquela instituição de ensino. “Existem disciplinas, como a Matemática, Educação Visual e Plástica, em que o aluno necessita de uma régua para poder ter aulas.
Como poderá usar este material se ele escreve sobre o joelho? É necessário que se olhe com bastante atenção para o sector da educação, porque ele é o motor para que qualquer sociedade se desenvolva”, assegurou. Uma outra professora defende a contratação de mais seguranças, para que a Escola não volte a ser alvo de vandalismo, como aconteceu num passado recente, e as autoridades não voltem a in- vestir sempre nos mesmos sectores. “Se até hoje esta escola não tem carteiras em todas as salas deve- se também a falta de segurança, porque, como se pode ver, as salas não têm portas. Ainda que colocassem carteiras num período, os assaltantes virão buscar num outro”, explicou.
Director reconhece dificuldades
José Maria Urrico, director do Complexo Escolar Nº 50 reconhece dificuldades que podem colocar em risco o grau de aproveitamento dos alunos da escola que dirige, em função das condições em que é desenvolvido o processo de ensino e aprendizagem. Segundo ele, a falta de segurança tem estado a contribuir para a sabotagem da escola por elementos desconhecidos, que têm por preferência as carteiras e quadros. Com um total de 36 salas de aula, aquele estabelecimento de ensino recebeu, há dias, cerca de 700 carteiras, segundo o director. O número ainda é insuficiente, pois para que os alunos tenham aulas em condições mínimas, os alunos e professores são obrigados a trazer cadeiras das suas casas para a escola, percorrendo longas distâncias.
“Quanto à questão de património, posso dizer que estamos relativamente bem, porque temos estruturas, foram construídas salas, algumas de cariz definitivo e outras improvisadas pela comunidade. A falta de carteiras e quadros é um fac- to, e apesar de recebermos mais de 700 carteiras, cobrimos a falta deste material em 24 salas do bloco mãe, pelo que as restantes ficaram sem estes meios”, disse. Por outro lado, o responsável escolar lamentou a falta de segurança na Escola, tendo em conta o elevado índice de criminalidade que se regista no Bairro da Mitcha. O responsável in- formou que existem apenas duas pessoas que exercem o serviço de guarda, a título de colaboradores.
POR: João Katombela, na Huíla