O Ministério da Agricultura e Florestas apresenta hoje, às 11 horas, o resultado das análises laboratoriais às amostras recolhidas na quinta Eclebri, localizada no Benfica (Luanda), acusada de usar fezes humanas para a fertilização de hortícolas.
Segundo apurou OPAÍS, os dejectos humanos foram analisados no Laboratório Central Agro-alimentar de Luanda, afecto ao ministério acima mencionado, dias depois de a directora desta instituição ter anunciado publicamente que não estavam vocacionados para o efeito.
A denúncia, segundo a qual os gestores da quinta Eclebri estavam a usar este tipo de “adubo” no cultivo de diversos produtos, foi feita pelos moradores das zonas circunvizinhas nas redes sociais que se sentiam incomodados pelo odor que se expandia.
As análises foram acompanhadas pelos membros da equipa técnica criada pelo ministério com o propósito de apurar as implicações desta utilização de fezes humanas como fertilizantes. Para além de especialistas do Laboratório Central, a equipa técnica integra quadros da Repartição Municipal de Saúde Pública de Belas e da Fiscalização que recolheram amostras de detritos dos dejectos e solos.
Foram ainda analisadas as amostras de tomate, alface, repolho, cebola e pepino. Conforme noticiou OPAÍS na edição n.º 964, de 14 de Dezembro do corrente ano, o uso de dejectos humanos na agricultura, sem a necessária e recomendável compostagem, pode colocar em risco a saúde não só dos trabalhadores, mas também dos possíveis consumidores dessas hortícolas, sendo que as bactérias coliformes e parasitas, presentes nas fezes humanas podem provocar diversas doenças.
Por outro lado, o Ministério da Agricultura esclareceu que a utilização de dejectos humanos na agricultura tem sido frequente em alguns países da América Latina e da Ásia, obedecendo a normas de carácter legal e técnicas específicas de tratamento e compostagem dos detritos humanos em produções de pequena escala.