O ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, assegurou, em Benguela, que o Aeroporto Internacional da Catumbela, em funcionamento desde 2012, pode conhecer a certificação internacional no terceiro trimestre de 2023
Depois de o Governo ter alcançado o objectivo de certificação do novo Aeroporto de Luanda, em Dezembro de 2022, as atenções estão, agora, direccionadas para o Aeroporto da Catumbela, tendo o ministro lembrado que a certificação de um aeroporto não é um acto administrativo, mas técnico que, para além desta competência, exige, igualmente, recursos naquilo que é a capacidade de a infra-estrutura poder servir sem risco operacional a quem vier a utilizá-lo em rotas internacionais.
Entretanto, para a materialização deste desejo, há investimentos, segundo o governante, que devem ser feitos em meios técnicos, para além de um conjunto de procedimentos que devem ser concluídos na infra-estrutura, de modo a que receba a certificação de que tanto se precisa. Com a concretização, a infra-estrutura vai desafogar a capital do país e evitar custos para quem pretenda sair do país. Actualmente, para as viagens internacionais, cidadãos de distintas províncias vêm-se obrigados a deslocar-se a Luanda e, de lá, seguirem em direcção aos seus destinos. “Nós estamos a falar que ainda este ano nós temos de ter a Catumbela certificada, e eu diria que no terceiro trimestre”, assegura.
Acordo estratégico Ricardo de Abreu anunciou, para breve, a assinatura de um acordo estratégico tripartido entre a Zâmbia, a República Democrática do Congo e Angola, visando a facilitação do comércio entre os três países. “É óbvio que estes são os países que temos mais próximos e que são nossos vizinhos, em termos de fronteiras. Eu acredito que a dinamização do corredor do Lobito junto desses países possam alcançar ainda outros. Ou seja, os Caminhos-de-ferro de Benguela não se esgotam na Zâmbia e na RDC”, salienta.
Por via do corredor do Lobito, desde os tempos idos, da Zâmbia vieram minério, mas, hoje, os dois países procuram diversificar o leque de produtos, de modo a garantir o desenvolvimento socioe- conómico dos dois países. Para o ministro dos Transportes, torna-se menos oneroso colocar produtos da Zâmbia em Angola por via do corredor, devido à aproximação geográfica (está-se a escassos mil quilómetros de distância de Lusaka, capital zambiana), do que pela Tanzânia ou África do Sul.
“A distância tem um custo, esse custo nós podemos encurtá-lo. Se encurtamos o custo, mais poupança é gerada para investimento noutras coisas. Portanto, o papel do corredor do Lobito é exactamente este”, disse. Ricardo de Abreu lembra que, no quadro da adjudicação do corredor do Lobito, ao consórcio de empresas cabe assegurar a manutenção dos serviços de oficinas do CFB e dinamização do centro de formação na província do Huambo.
“Que contempla também a possibilidade de se construir um ramal que liga Angola à Zâmbia, de Luacano, na província do Moxico, para Jinde, na fronteira com a Zâmbia. Portanto, este é o escopo da concessão, os trabalhos já começaram, porque, obviamente, a partir daí vai haver mais do que um operador, digamos assim, na infra-estrutura, que é o consórcio”, disse. Neste sentido, ao CFB cabe a componente relacionada com o transporte de passageiros inter-urbano e inter-provincial, além de pequenas cargas e encomendas no transporte ao longo do percurso Lobito/Huambo/Bié/Moxico.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela