O presidente do Movimento de Estudantes de Angola (MEA), Francisco Teixeira, fala de um orçamento de mais de 20 mil milhões de kwanzas, anunciado e disponibilizado pelo Governo Central, para a produção de manuais escolares, do qual se serve para dizer que a falta de distribuição desses meios de ensino, até então, é da responsabilidade do Ministério da Educação (MED)
O presidente do Movimento de Estudantes de Angola (MEA), Francisco Teixeira, fala de um orçamento de mais de 20 mil milhões de kwanza, anunciado e disponibilizado pelo Governo Central, para a produção de manuais escolares, do qual se serve para dizer que a falta de distribuição desses meios de ensino, até então, era da responsabilidade do Ministério da Educação (MED).
“A falta de livros do ensino primário nas escolas, até agora, já não é problema do Governo Central, mas do próprio Ministério da Educação, que não faz chegar os manuais aos alunos”, acusou Francisco Teixeira, tendo assegurado que o MEA tem vindo a realizar um trabalho de consta- tação frequente, nos estabelecimentos de ensino do referido nível, ao ponto de ter atestado que não houve cumprimento dessa obrigação, em nenhuma escola.
Francisco Teixeira sublinhou que não se sentiria surpreso, se, depois dos seus depoimentos, se forjasse, numa escola estatal, um cenário de crianças com os manuais das suas classes, nas mãos, e o consequente discurso de gestores escolares ou encarregados de educação confirmarem que os alunos já possuem manuais, há algum tempo. “Já estamos habituados a esse teatro”, ironizou o presidente do MEA, tendo reafirmado que, até à data desta reportagem, nenhuma escola distribuiu livros às crianças. Importa referir que, no dia 16 de Outubro do ano em curso, na ocasião do Discurso do Estado da Nação, o Presidente da República, João Manuel Lourenço, ao referir-se sobre este assunto, garantiu que um milhão, 381 mil e 744 manuais do ensino primário já estavam a ser distribuídos, em todo o país.
É por causa disso que Francisco Teixeira mantém a sua posição sobre a culpa que atira ao Ministério da Educação, como fez questão de referir o próprio, alegando que os pronunciamentos do mais Alto-mandatário só vêm dar razão à sua acusação. Questionado se a sua organização já contactou o Ministério da Educação, para apurar as razões da falta de distribuição dos manuais, o presidente do MEA, revelou que até por via de solicitação escrita já o fizeram. “Mas a única resposta que ti- vemos de lá é a de que o dinheiro dos livros foi gasto na correcção dos mesmos.
O que não nos ficou muito claro é se esta correcção foi feita aos manuais dos anos lectivos passados ou aos que estão mesmo projectados para o presente ano escolar de 2023/2024. Francisco Teixeira apela ao órgão reitor do ensino em Angola a cumprir com a lei que obriga a distribuir os livros às crianças da 1ª à 6ª classe, de forma total e gratuita, de modo a não comprometer ainda mais o processo de ensino e aprendizagem. Para ele, há muito que as escolas do ensino privado preferiram encontrar alternativas para cobrir essa inconstância do MED, ao ponto de terem conquista- do os serviços da editora Plural, que, anualmente, lhes disponibiliza manuais elaborados por conveniência da realidade que dão ao ensino, neste sector.
MED promete pronunciar-se brevemente
Embora o secretário de Estado para Educação Pré-Escolar e Ensino Primário, Pacheco Francisco, se tenha prontificado a dar entrevista a este jornal, para esclarecer sobre este assunto, na manhã de Quinta-feira, 26, as alegadas agendas de emergência tornaram-no indisponível. Entretanto, o mesmo prometeu pronunciar-se, nos próximos dias, tão logo encontre vaga na sua programação diária. A ser assim, este jornal retomará essa temática nas próximas edições, apresentando a versão do órgão que rege o ensino no país.