O comentador para o basquetebol, Júlio Pinto “Viló”, acredita que na ânsia de se ganhar dinheiro, a maior parte dos atletas angolanos não tem manifestado a vontade de ter alguém que faça a instrução das respectivas carreiras.
“Os nossos desportistas têm de perceber que quando estão a começar a carreira devem reservar sempre um dinheiro para investir”, começou por dizer.
O analista sublinhou ainda que o facto de muitos atletas não terem feito o ensino secundário e superior contribui para que os mesmos não disponham de conhecimento sobre gestão financeira.
Júlio Pinto Viló acrescentou que os clubes têm agido de ‘má-fé’ na altura da celebração dos contratos com os jogadores, nas mais diversas modalidades.
O comentador justificou a sua posição com o facto de que boa parte dos clubes não tem assegurado a condição financeira e social dos atletas após o fim das suas carreiras.
“Os clubes celebram contratos com jogadores, fazem a gestão dos ganhos dos mesmos. Mas quando esses terminam a carreira ficam de mãos a abanar,” revelou Júlio Pinto Viló.
Por isso, Júlio Pinto Viló assinalou que é chegado o momento de Angola dispor de uma instituição à semelhança da CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários em Portugal) que possa validar o vínculo contratual entre jogadores e clubes, assim como salvaguardar os interesses de ambas as partes.
Se tal acontecer, o comentador não tem dúvidas de que “o futuro dos nossos atletas ficará salvaguardado, pois instituições do género têm este cariz”, disse.