A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, disse que Angola continua a implementar o Programa de Combate aos Efeitos da Seca na Região Sul com a construção de novas Barragens, visando promover o desenvolvimento agro-pecuário, o fortalecimento da segurança alimentar, conferindo maior resiliência às comunidades.
Ao discursar na Cimeira de Alto Nível sobre as Alterações Climáticas, em Baku, Azerbaijão, Esperança da Costa reconheceu que o fenómeno da seca na região do país tem reflectido negativamente nas comunidades e nos programas de desenvolvimento.
Por outro lado, anunciou estar em curso o Plano Nacional de adaptação às Alterações Climáticas e em revisão a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) para 2025, que se concentrará nos sectores de Transporte e Energia.
Esperança da Costa destacou, igualmente, os esforços para o fortalecimento da matriz energética nacional com energias renováveis, contribuindo, actualmente, com 66% de energia proveniente de projectos fotovoltaicos e de hidroeléctricas, que se prevê escalar os 72% até ao final de 2027, reflectindo o compromisso em abordar a poluição, a redução de emissão, e promover uma transição para uma economia de baixo carbono.
Desafios
A governante disse ainda que a República de Angola, à semelhança de outros países da região africana, tem vindo a enfrentar desafios diversos gerados por impactos significativos das alterações climáticas.
Assim, destacou, a Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas 2022-2035 integra, por isso, questões sobre as alterações climáticas de forma transversal nas políticas nacionais, bem como o financiamento, a melhoria na pesquisa, observação e análise dos cenários climáticos, de modo a identificar os múltiplos perigos e partilhar dados para responder aos diferentes problemas ligados às alterações climáticas, incluindo as migrações forçadas.
“Precisamos de proteger os progressos alcançados na COP28 e converter os compromissos assumidos em acções concretas”, defendeu.
“Acelerar as medidas de atenuação” Esperança da Costa apontou ainda que só se poderá cumprir os objectivos do Acordo de Paris se todos os países dispuserem dos meios para acelerar as medidas de atenuação das alterações climáticas e de adaptação.
“Consideramos fundamental envidar mais esforços para aumentar, rapidamente, o financiamento da adaptação e fazer com que os mercados internacionais do carbono funcionem para todos”, apelou, acrescentando ainda a necessidade de se criar mecanismos para acompanhar e garantir que os fundos prometidos sejam cumpridos, bem como operacionalizar plenamente o Fundo de Perdas e Danos, identificando mecanismos de acesso simplificados e eficientes para financiamento aos países em desenvolvimento que são mais afectados pelos impactos climáticos.