Bornito de Sousa considerou na cerimónia de cumprimentos de final de ano que as acções do Governo não serão concretizadas sem se imprimir maior rigor e disciplina.
POR: Norberto Sateco
O vice-presidente da República, Bornito de Sousa, considerou ontem, desnecessária a polémica que tem sido levantada em relação à coexistência da liderança do partido e a titularidade do Executivo. Segundo o governante, que falava durante a cerimónia de cumprimentos de fim-de-ano, este modelo é permitido, tanto pela Constituição da República, como pelos estatutos do partido no poder, sendo apenas uma questão de gestão politica.
Explicou que a acção do Presidente da República assenta nas premissas eleitorais constantes da estratégia do líder e no programa de governo do MPLA para o período 2017-2022 e que impõe o envolvimento dos cidadãos, das comunidades e das empresas para a sua “boa execução”, no sentido de se “corrigir o que está mal e melhorar o que está bem”. Para o dirigente, passados três meses de governação é consensual o desempenho do Executivo, a ponto de ter aventado a hipótese de vitória em níveis mais elevados, e com mais expressividade e legitimidade reforçada para João Lourenço caso as eleições fossem realizadas hoje.
Quanto ao actual quadro económico, o governante afirmou que uma das maiores preocupações do Executivo é de primar pela transparência e moralidade. “Com o afastamento da dependência económica do petróleo, o relacionamento das instituições democráticas e a redução das assimetrias regionais e as desigualdades, a criação de um empresariado nacional, a aposta nos jovens e a dignificação da mulher angolana marcam a diferença pedida durante a campanha eleitoral”, disse Bornito de Sousa. A actual governação, segundo afirmou, para alguns está distante das directivas, outros ainda a colocam na quebra da unidade, motivo de males-entendidos e desconfortos, pelo que considera ser importante assinalar que a acção do Presidente da República assenta no cumprimento das promessas eleitorais.
Durante a sua intervenção, o vice-presidente da República fez alusão a uma citação do ex-presidente, José Eduardo dos Santos, segundo a qual “um dos nossos grandes problemas é termos grandes ideias, bons programas mas que quando entramos na fase da implementação, os resultados ficam longe do que esperávamos, resultante da falta de rigor e disciplina”. Neste contexto, Bornito de Sousa salientou que esta situação será ultrapassada com o aumento do rigor e disciplina e isso vai permitir crescer mais por muito mais tempo e implementar- se-ão as acções e medidas do governo. Por fim, o Chefe de Estado, João Lourenço, agradeceu a presença dos presente, tendo admitido que o tempo de governação não permitiu fazer muito, senão “arrumar a casa”.
“Três meses é muito pouco para fazer algo significativo. Mas agradeço a todos pela presença e bom ano novo”, disse o PR. Acompanhado da primeira dama da República, Ana Dias Lourenço, o Presidente da República começou por receber saudações de cortesia do vice-presidente da República, Bornito de Sousa, e do presidente da Assembleia Nacional, Frenando da Piedade Dias dos Santos. Seguiram-se os juízes presidentes dos Tribunais, procuradores, deputados, governantes, responsáveis dos órgãos de Defesa e Segurança, individualidades religiosas e da sociedade civil, líderes dos partidos políticos e outras individualidades.