O anúncio de uma possível greve geral na função pública anunciada pelas centrais sindicais preocupa a UNITA, através do seu Governo Sombra, que ontem emitiu uma comunicação a convidar as partes a adoptar uma postura mais dialogante com os trabalhadores para em harmonia buscarem-se soluções que satisfaçam ambos os lados
Para o dia 24 de Fevereiro está anunciada a realização de assembleias gerais em simultâneo em todo o país, com vista a recolha de assinaturas para decretação de uma greve geral da função pública, conforme anunciou as centrais sindicais UNTA-Confederação Sindical, a CG-SILA e a Força Sindical em que exigem a melhoria salarial e as condições dos trabalhadores.
A UNITA considera que uma paralisação geral nos termos propostos pelos sindicatos poderia acarretar consequências mais gravosas para a economia, com repercussões sociais ainda mais profundas.
Se por um lado encoraja os trabalhadores a lutarem pelos seus direitos inalienáveis na prossecução do bem comum queremos, por outro lado exorta o Executivo a adoptar uma postura mais dialogante com os trabalhadores para em harmonia buscarem-se soluções que satisfaçam ambos os lados.
É entendimento da UNITA que diante dos desafios económicos e sociais enfrentados por Angola, bem como das oportunidades de crescimento e desenvolvimento que se apresentam, é evidente a necessidade premente de considerar aumentos salariais significativos, numa perspectiva gradual, como uma medida vital para promover a estabilidade social e estimular o crescimento inclusivo.
Por essa razão, insta as autoridades governamentais, as empresas e os sindicatos a colaborarem na formulação e implementação de políticas que garantam aumentos salariais justos e sustentáveis, visando o bem-estar dos trabalhadores e o progresso económico de Angola como um todo.
“É necessário que a concertação social assente no diálogo honesto tenha carácter permanente e regular no país, não apenas para negociar salários, mas também para exigir dos trabalhadores uma postura de trabalho mais eficiente que promova ganhos de produtividade capazes de impulsionar o crescimento económico”, escreve a UNITA.
Refere ainda que, se estes passos forem dados de forma segura e firme, acreditamos que ficarão patentes os caminhos que conduzirão à imperativa transformação estrutural da economia de Angola, mola impulsionadora do desenvolvimento sustentável.
De salientar que os responsáveis das três centrais sindicais de Angola querem que o salário mínimo nacional passe de 38 mil para 250 mil kwanzas.
Por outro lado, queixam-se que o Executivo não aceita negociar uma possível redução do Imposto sobre o Rendimento de Trabalho (IRT) de 10 por centro.