O líder do maior partido na oposição destacou ainda a escassez de água potável e a desvalorização do kwanza como factores que impactam directamente a vida das famílias e a estabilidade das em- presas. Costa Júnior apelou para a necessidade urgente de se fortalecer as instituições do país, em especial a Assembleia Nacional, e de recuperar a independência e eficiência do sistema judicial.
Segundo o dirigente, sem instituições sólidas, será difícil garantir-se um futuro próspero para o país. Além das questões internas, o líder da UNITA alertou para a instabilidade política na região da África Austral e Central, chamando atenção para os riscos de conflitos regionais e a importância do respeito à ordem constitucional.
Ademais, criticou os golpes institucionais que têm estado a ocorrer em vários países do continente, citando exemplos recentes como na Venezuela e em Moçambique, e advogou que a comunidade internacional deixe de reconhecer os governos resultantes de eleições não democráticas. No plano continental, Adalberto Costa Júnior defendeu o fortalecimento da União Africana (UA) e uma maior participação dos cidadãos na vida política.
Aliás, reforçou que apenas com uma democracia efectivamente participativa e a implementação das autarquias locais será possível atender às necessidades da população e promover o desenvolvimento sustentável em Angola. O ano de 2025, que marca os 50 anos de independência nacional, foi um dos temas centrais do discurso.
A este respeito, Costa Júnior questionou se o país alcançou o progresso sonhado em 1975 e apontou a “má governação, a corrupção e a falta de vontade política” como os principais entraves ao desenvolvimento.
Outrossim, reiterou o compromisso da UNITA com as reformas estruturais, incluindo a revisão da Constituição da República (CRA), a despartidarização das instituições públicas e a reforma da administração pública e do sistema judicial. A ocasião serviu também para reforçar o compromisso do partido com a democracia, os direitos humanos e a justiça social.
O líder da UNITA anunciou que o XIV Congresso Ordinário da organização, previsto para este ano, discutirá o modelo que orientará a estratégia do partido para as eleições de 2027, reafirmando valores como o patriotismo, a integridade e a ética na política.
O evento terminou com um forte apelo à unidade nacional, destacando que somente com a participação activa da sociedade civil e a exigência por uma governação responsável e transparente será possível construir um futuro melhor para Angola.