O partido argumenta que a contribuição destes líderes para a Independência de Angola deve ser reconhecida de forma equivalente à dos Chefes de Estado e de Governo, tanto nacionais quanto estrangeiros. A posição da UNITA surge no âmbito da Proposta de Lei que Cria a Medalha Comemorativa Alusiva aos 50 Anos da Independência Nacional, cuja votação está marcada para o dia 20 deste mês na Assembleia Nacional.
Em nota, o partido do “Galo Negro” diz que sugeriu oficialmente a inclusão dos três líderes na lista das entidades a serem condecoradas com a Medalha da Classe de Honra, mas a proposta foi rejeitada pelo Executivo.
Críticas à exclusão e ao critério de valorização
A UNITA critica a decisão do Executivo de valorizar mais a contribuição de Chefes de Estado e de outros altos dignitários, nacionais ou estrangeiros, do que a dos líderes nacionalistas que encabeçaram a luta pela Independência.
Para o partido fundado por Jonas Savimbi, a proposta reflecte “falta de coragem política para corrigir os erros do passado” e perpetua uma visão monolítica da história de Angola, excluindo os protagonistas fundamentais na luta pela identidade nacional e pela criação de um Estado Democrático e de Direito.
A Medalha Comemorativa pro- posta comporta três classes: Classe de Honra, reservada para Chefes de Estado e altos dignitários; Classe Independência e Paz, para entidades que se destacaram na luta pela Independência e pela Paz; e a Classe Desenvolvimento, para contribuições no progresso do país.
No entanto, a UNITA considera “incongruente” que, ao celebrar 50 anos de Independência, se valorize mais o papel de dignitários estrangeiros do que o dos líderes nacionalistas que estiveram na linha de frente da libertação.
Apelo à unidade nacional e à inclusão
Em nome da “verdade histórica, da Independência e da unidade nacional”, a UNITA apelou ao Presidente da República para que oriente o Executivo e o Grupo Parlamentar do MPLA a adoptar uma visão inclusiva, valorizando a diversidade dos protagonistas da História de Angola. Para a UNITA, é essencial abandonar a “mentalidade monolítica e a cultura da exclusão” que marcaram conflitos políticos do passado.
A UNITA reafirmou a sua disposição para participar nas comemorações dos 50 anos da Independência, desde que seja garantido o respeito pela verdadeira História de Angola e pelos seus principais protagonistas.