A UNITA comemorou, ontem, 13 de Março, o seu 52º aniversário, e rendeu uma profunda homenagem aos seus fundadores, com destaque para o seu primeiro Presidente, Jonas Malheiro Savimbi
POR: Neusa Filipe e Norberto Sateco
Numa declaração tornada pública, o Comité Permanente da Comissão Política (CPCP), homenageia, igualmente, todos “os guerrilheiros, soldados, oficiais, presos políticos, camponeses, intelectuais” e demais patriotas que deram a sua vida pela causa da independência. A mesma acrescenta que comemora com júbilo e espírito de missão, os 52 anos de luta por Angola e pela dignidade dos angolanos numa “Angola que deseja a paz social, a união, a igualdade para todos, e seja democrática e próspera”.
O comunicado refere ainda que ao longo de 52 anos, a UNITA forjou e promoveu as principais mudanças históricas que Angola conheceu, com realce para a sua participação na luta pela conquista da independência nacional. No quadro dos seus feitos, o partido do “Galo Negro” advoga ter exercido também o poder constituinte e de fundador da República de Angola, em 1992, com a consagração constitucional do seu Estado Democrático de Direito. Destaca também o seu contributo na formação das Forças Armadas Angolanas (FAA) e na liberdade económica para os angolanos. A UNITA considera que a guerra civil que assolou o país durante décadas, “não tem vencedores nem heróis”, defendendo mais adiante não fazer sentido “haver entre os angolanos, heróis e vilões” dessa guerra em que angolanos ceifaram a vida de outros angolanos.
Palestra
Ainda no quadro das comemorações do dia 13 de Março, a UNITA realiza este Sábado, em Viana, uma mesa redonda sobre o Estado Democrático em Angola. Segundo o seu porta-voz, Alcides Sakala, no encontro em que participarão militantes, simpatizantes e membros da sociedade civil, serão reflectidos os avanços e retrocessos do processo de aprofundamento da democracia em Angola, com destaque para o período de paz. A reflexão à volta deste assunto, segundo Sakala, é oportuna na medida em que é preciso trabalhar muito para marcar passos rumo à consolidação de um Estado Democrático e Direito em Angola. O político admite avanços nesse sentido, embora tímidos, mas seguros, e acredita que cedo ou tarde, este propósito será alcançado.
Reconciliação Nacional
Em relação ao estado actual da UNITA, enquanto maior partido na Oposição, o deputado Manuel Savihemba considera que o partido tem muitos desafios pela frente, como é o caso do processo de reconciliação nacional. Disse, por outro lado, que “o partido está firme com Isaías Samakuva na liderança, no quadro dos princípios que norteiam o projecto de Muangai”. O também deputado da UNITA pelo círculo provincial do Bié, entende que uma das grandes conquistas deste partido, após à morte de Jonas Savimbi, em 2002, é ter conseguido manter o seu estatuto de segunda maior força política no país. Refira-se que a UNITA foi fundada a 13 de Março de 1966, em Muangai, província do Moxico, por um grupo liderado por Jonas Savimbi, António (Tony) da Costa Fernandes e Miguel Nzau Puna. Presente na Assembleia Nacional, desde 1992, actualmente conta com 51 deputados, dos 220 que formam o Parlamento angolano.