O embaixador da Suíça em Angola, Lukas Johannes gasser, afirmou em Cabinda que o governo suíço pretende repatriar o dinheiro angolano depositado ilegalmente nos bancos daquele país, no quadro dos princípios de cooperação jurídica existentes entre Angola e Suíça
Em declarações à imprensa, depois de dois dias de visita à província de Cabinda, Lukas Johannes Gasser disse que a medida do seu país visa ajudar os esforços que o governo angolano está a levar a cabo no processo de combate à corrupção. “Na luta contra a corrupção, a Suíça é um país onde os capitais (dinheiro) de Angola foram parar. Temos que devolver esse dinheiro mediante um processo jurídico que está em curso, segundo os princípios de cooperação jurídica que temos”, destacou o diplomata.
Depois de manter encontros de cortesia com a governadora provincial de Cabinda, Mara Quiosa, e com o bispo da Diocese local, Dom Belmiro Chissengueti, o embaixador Lukas Gasser visitou a Conservatória dos Registos Civis e reuniu-se com os responsáveis da delegação provincial da Justiça para manifestar a sua preocupação referente ao número elevado de cidadãos angolanos naturais da província de Cabinda a pedir asilo político naquele país helvético.
Em Cabinda, o diplomata suíço avaliou as possíveis áreas de cooperação, já que a pretensão é estabelecer laços de amizade e de cooperação com a província. “É a primeira visita que faz a Cabinda. Veio identificar que sectores podem ser mutuamente vantajosos tanto para o seu país como para Angola, muito particularmente para a nossa província”, frisou a governadora Mara Quiosa. Lukas Gasser visitou o Parque Nacional do Maiombe no município de Buco-Zau, cerca de 130 quilómetros a Norte da cidade de Cabinda, e ficou muito impressionado com os recursos naturais e as potencialidades turísticas que Cabinda possui.
“Acabei de visitar Buco-Zau e estou muito impressionado. Espero muito que Cabinda possa proteger essa sua beleza natural que serve de um ponto de referência para desenvolver o turismo e este ser sustentável para salvaguardar os recursos que as pessoas aqui precisam”, realçou. A nível da província de Cabinda, a Suíça tem uma cooperação económica bastante cimentada com o governo angolano que se baseia na presença da empresa Algoa que há mais de 50 anos presta serviço à actividade de exploração de petróleo no campo do Malongo.
De acordo com o diplomata helvético, a cooperação na área comercial e económica da Suíça com Angola é muito boa e exemplar, que data desde há vários anos, na medida em que as empresas suíças são muito importantes como investidores em Angola. Lukas Gasser avançou que a Suíça pretende estender essa cooperação com Angola para outras áreas de actividades, nomeada- mente cultura e saúde. “Angola é um país muito rico em cultura e em património cultural, acho que seria muito bom com- partilhar essa experiência com um país como a Suíça.
Também precisamos cooperar no campo da saúde, já que as melhores empresas farmacêuticas que temos estão interessada em marcar a sua presença em Angola. Isso nos dá muitas boas perspectivas para a cooperação entre Suíça e Angola”, manifestou. Para Cabinda, segundo o embaixador da Suíça em Angola, o objectivo é a conservação da natureza e do património natural da província de modo que o mesmo seja preservado para contribuir no desenvolvimento do turismo.
POR:Alberto Coelho, em Cabinda