O sub-comissário da Polícia Nacional, Paulo de Jesus Francisco da Silva, disse, ontem, em tribunal, que desconhece o proprietário das outras armas que haviam sido juntadas àquelas que ele havia adquirido na Namíbia, alegando que as suas eram essencialmente “armas de recreação”
Paulo da Silva demarcou-se, ontem, da acusação de ter cometido o crime de tráfico de armas, justificando que se tratavam de armas de recreio e não de guerra, conforme atesta o Ministério Público.
Em sua defesa, o sub-comissário referiu ser detentor de duas licenças para importação das armas que diz ser para “recreio”, pese embora, à data dos factos, ambas estivessem vencidas. Outrossim, referiu que desconhece o dono das demais armas que vinham na sua encomenda.
Questionado, respondeu que as licenças que detém, com a autorização do comandante geral da Polícia Nacional, permitem-no importar armas de vários calibres utilizadas no país. Aliás, acrescentou que Angola possui três tipos de licenças de armas, no caso concreto de caça, de recreio e de defesa.
Sobre se se terá furtado de utilizar os canais oficiais para introduzir as referidas “armas de recreio” no país, o oficial disse não saber, pois não foi ele mesmo a trazer as armas da Namíbia, mas o declarante Tony José, um amigo que lhe tinha sido apresentado pelo co-arguido Joaquim Matondo.
O sub-comissário explicou que tinha noção das consequências que poderiam advir daquela acção, no entanto, acrescentando que nunca orientou Tony José a furtar-se das autoridades fiscais. Aliás, prosseguiu, nessa altura não conhecia o declarante, nem havia orientado o co-arguido Joaquim Matondo a proceder daquela maneira. Por sua vez, o co-arguido Joaquim Matondo disse que fora contactado pelo arguido Paulo da Silva para auxiliá-lo a trazer a Angola três caixas de armas, mas que desconhecia a quantidade e os modelos.