Para o responsável da Secção de Pesquisa e Dados das Nações Unidas, Papa Abdou-laye Seck, a África precisa explorar mais e melhor as novas tecnologias para alavancar a agricultura e se tornar uma potência para alimentar o mundo
Os desafios da segurança alimentar e alterações climáticas no continente africano foi tema de uma aula magna ministrada pelo responsável da Secção de Pesquisa e Dados das Nações Uni- das e ex-ministro da Agricultura e Equipamento Rural do Senegal, Papa Abdoulaye Seck, que defendeu a aposta nas novas tecnologias.
Falando à margem do I Fórum Internacional da Mulher para Paz e Democracia que Luanda acolheu nos dias 25 e 26 do mês em curso, Papa Seck afirmou que a África precisa explorar mais e melhor as novas tecnologias para alavancar a agricultura e se tornar uma potência para alimentar o mundo. “É preciso ter em conta as perguntas, como alimentar a África sem nos alimentarmos? Como falar do potencial se nós não comemos o potencial? Como potencializar a agricultura? Apresentei aqui algumas fórmulas que poderão ser proveitosas para os estudantes.
África tem muitos pesquisadores, e, para alavan- car e criar resultados favoráveis, precisa fazer as pesquisas com o uso das novas tecnologias”, disse Papa Seck. A Comissária da União Africana para a Agricultura, Josefa Sacko, avançou, por seu turno, que 278 milhões de pessoas em África estão subnutridas, situação que considerou preocupante.
“Vou dar só uma parte do relatório da África Regional do mês de Abril, que indica que, 1/5 da população africana, isso implica 20,2%, representando 278 milhões de pessoas estão subnutridas no nosso Continente, isto é sério”, disse Já a directora adjunta da Organização para a Alimentação e Agricultura, Maria Helena Semedo, referiu que a África tem capacidade de produzir alimento suficiente para a população mundial, porém não consegue superar os seus desafios. “Nós produzimos alimentos suficientes para alimentar a população mundial, mas o paradoxo é que nós temos, neste momento, 828 milhões de pessoas que sofrem da fome e da insegurança alimentar”, sublinhou.
O I Fórum Internacional da Mulher para a Paz e Democracia decorreu sob o lema “A Inovação Tecnológica como Ferramenta para o Alcance da Segurança Alimentar e Combate à Seca no Continente Africano”, e, ficou marcado por reflexões em torno dos vários problemas que ainda atormentam a África, com foco em encontrar possíveis soluções para resolver os referidos problemas. O evento serviu ainda para mostrar o quão importante é a voz da mulher na resolução de problemas pontuais que afectam o continente.