O político Sapalo António esclareceu que não pesa sobre si qualquer suspensão legítima que o impeça a candidata-se ao V congresso do partido do qual é co-fundador, aprazado para os dias 02 e 04 de Abril de 2024, tendo confirmado à imprensa nesta quarta-feira, 31, a sua intenção na liderança do PRS
Depois de um período ausente da cena política nacional, o então vice-ministro da Indústria do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN) regressa à ribalta com objectivo de liderar o Partido de Renovação Social, o qual considera estar em declínio dado os resultados obtidos nos últimos pleitos eleitorais.
De acordo com o político, não existe qualquer factor impeditivo para apresentação da sua candidatura, pelo que considera que os falatórios à volta deste assunto servem apenas para o desmotivar, pois a suposta suspensão nunca foi formalizada. Ademais, se tal acontecesse, segundo argumentou, as leis e os estatutos do seu partido estão salvaguardados. Recorde-se que, nos últimos resultados eleitorais, sobretudo os de 2017 e o de 2022, aquela que já foi a terceira maior força política do país ficou relegada ao quarto plano, observando-se um rebaixamento acentuado, em face do já conquistado desde a primeira legislatura, e desse modo não se conseguiu alcançar os objectivos pelos quais foi criado o partido.
Para si, as duas últimas derrotas eleitorais foram o mote para o enfraquecimento da agremiação, daí que a realização do V congresso ordinário do PRS abre novas perspectivas para discussão interna de vários problemas, e há- de ser o palco para encontrarem-se soluções capazes de devolver a mística do partido no cenário político para os próximos desafios eleitorais. Assim, sob o lema “União e coesão, PRS por Angola”, Sapalo António garante que, tão logo as questões organizativas adstritas ao Comité Nacional estejam garantidas e criadas todas as condições, deverá oficializar a sua vontade a presidente do partido e espera sair vitorioso conforme os marcos dos estatutos.
“O Partido de Renovação Social ,depois da realização do V congresso, será outro. Seremos uma ameaça para os partidos tradicionais, não obstante a crise que enfrentamos no momento, mas elas são uma oportunidade que vai ajudar a reflectir”, salientou. Por outro lado, adiantou que este primeiro contacto com a imprensa objectivou apenas confirmar a sua intenção oficial de candidatura, tendo em conta as suspeições havidas em função desse manifesto que foi deveras ponderado para sua assumpção.
Porém, referiu, a breve trecho a direcção da sua campanha vai convocar um novo encontro para mais de- talhes sobre a sua pretensão. Quanto aos litígios entre alguns correligionários e o actual líder, Benedito Daniel, e antecessor Eduardo Kuangana, respondeu apenas que se trata de diferenças políticas internas e nada a ver com o lado pessoal.
O concorrente
Sapalo António, que deverá continuar com a linhagem política do federalismo, está nestas lides desde 1969. É demissionário do MPLA e está na génese do PRS, que foi fun- dado a 18 de Novembro de 1990. Chegou a ser vice-ministro da Indústria do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional, ex-deputado à Assembleia Nacional, presidente do grupo parlamentar do PRS e candidato vencido do IV congresso do PRS, realizado a 27 de Maio de 2017. É de recordar que, nas eleições de 1992, o PRS elegeu seis deputados. Em 2008, subiu para oito deputa- dos, em 2012 desceu para três, ao passo que em 2017 e 2022 voltou a ter apenas dois deputados, tendo no último pleito formado, na Assembleia Nacional ,o grupo parlamentar misto com a Frente Nacional para Libertação de Angola (FNLA).