O ‘Galo Negro’ esclareceu que a medida da Comissão Politica não resulta de uma imposição, mas vontade da ComissãoPolítica do partido
Por: Norberto Sateco
A terceira reunião da Comissão Politica do ‘Galo Negro’ manifestou-se por maioria dos membros da ‘task force’, favorável à continuidade de Isaias Samakuva na liderança. O assunto mereceu acesos debates durante a madrugada desta Sexta-feira(15), no complexo do sovismo, em Luanda, onde a falta de consenso levou a que os membros desta organização política recorressem aos estatutos internos do partido por via de uma votação.
O porta-voz daquela formação política, Alcides Sakala considerou a questão como ultrapassada, pelo que prometeu divulgar, hoj, um comunicado com toda a explicação desta decisão da Comissão Política dos ‘maninhos’.
O político negou haver qualquer conflito interno à volta desta questão, embora admitisse que houve segmentos divergentes em que “uns pensavam na realização de um congresso extraordinário, outros que defendiam que terminasse o seu mandato e outros que foram mais além disso”, o que considera normal dentro de uma organização que quer aprofundar a sua democracia interna.
No mesmo diapasão alinhou o deputado Manuel Saviemba, tendo afirmado que a democracia na UNITA é uma realidade onde as ideias contrárias também são aceites. “Houve 9 votos contra, três abstenções e 58 votos favoráveis à continuidade de Samakuva”, disse Saviemba.
Questionado, Alcides Sakala negou ter havido um pronunciamento tácito de alguém a manifestar a intenção de concorrer à sucessão de Samakuva, abrindo a possibilidade de isso vir a acontecer no próximo congresso. Entretanto, o antigo secretariogeral da UNITA, Abilio Camalata Numa, muito recentemente neste jornal havia manifestado este interesse, de concorrer ao cadeirão máximo daquele partido, baseando-se na pretensão manifestada pelo líder Isaías Samakuva de abandonar o poder depois das eleições de 23 de Agosto.
Se a medida foi uma estratégia de catapultar Samakuva para a qualidade de futuro candidato às próximas eleições, Sakala negou, tendo sustentando com o facto de se encontrar dentro do seu mandato, que só termina em 2019. O conclave que reuniu à mesma mesa, durante três dias, membros da Comissão Política, também analisou o actual momento político do país.
“João Lourenço está no período de graça, pelo que entende-se ser preciso dar tempo ao tempo para passar da teoria à prática”, afirmou o porta-voz da UNITA, tendo acusado o Governo de ter-se apoderado do seu programa de governação, o que acha, em última instância, normal, tendo em conta as vantagens para o país.
“Vamos ver como construir esta nossa sociedade, com mais democracia e transparência, pluralidade de opinião e que a UNITA é parte deste processo”, disse. Dentre os vários assuntos abordados, as últimas eleições gerais também mereceram destaque, assim como foi apresentado o relatório geral do partido, tendo causado a morosidade dos trabalhos, cujo término acontece hoje. Questões do relatório financeiro e contas também foram vistas à lupa pelos membros do partido, tendo sido posto de parte o Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2018.