A secretária executiva da CRASA – Associação de Reguladores de Comunicações da África Austral, bridget Mpahato Linzia, enalteceu, ontem, 31 de Julho, durante o 2º workshop sobre a regulação e economia espacial, os esforços que o Governo angolano tem feito nas telecomunicações, tendo destacado a construção do Angosat 2
A responsável, que falou em vídeo-conferência, exortou os países membros da SADC a aproveitarem os serviços do satélite angolano. O worshop, que está a ser ministrado por especialistas da União Internacional das Telecomunicações (UIT), visa igualmente a troca de experiência entre os países. No acto de abertura, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Augusto Oliveira, considerou que “a capacitação se reveste de capital importância para a região da SADC”, na medida em que, em seu entender, vai munir os técnicos com ferramentas para fazer face aos novos e futuros desafios em matéria de regulação dos serviços por satélite e a economia espacial. Ao nível de África se tem feito muitos investimentos em termos de infra-estruturas espaciais.
Para o ministro angolano, urge por isso a necessidade de munir também os órgãos reguladores para um melhor acompanhamento aos projectos. Mário Oliveira referiu que da parte de Angola há o compromisso da contínua capacitação de quadros aos mais diversos níveis e pediu aos outros países membros da SADC a seguirem o exemplo de Angola rumo ao desenvolvimento dos povos. Aos participantes, o ministro angolano pediu que aproveitem o máximo. “Tirem o melhor proveito das matérias”, solicitou. Por outro lado, o ministro informou que Angola conta com um Programa Espacial Nacional ambicioso, em que o capítulo formativo constitui uma pedra basilar para o alcance dos objectivos do referido programa.
Experiência
Moçambique ainda não tem satélite próprio e, de acordo com o director de Rádio, Telecomunicações e Fiscalização deste país, Martins Langa, vai buscar a experiência de Angola para futuramente dar passos no senti- do de sair da dependência total dos países vizinhos em termos de serviços espaciais. “Angola deu passos grandes e pode ensinar Moçambique”, reconheceu, acrescentando que, neste momento, o seu país estuda a possibilidade de beneficiar dos serviços do Angosat 2.
A regulação espacial é feita em três perspectivas, nomeada- mente internacional, africana e da especificidade de cada país. Importa referir também que, segundo dados oficiais, confirmados pelo Presidente do Conselho de Administração do Instituto Angolano das Telecomunicações (INACOM), Joaquim Munhongo, a indústria espacial africana está actualmente avaliada em 20 mil milhões de dólares e espera-se que até ao final deste ano atinja os 23 mil milhões de dólares.
POR: José Zangui