Após a troca de mimos entre o Ministério da Juventude e Desportos e a Federação Angolana de Futebol (FAF), no que toca às verbas para apoiar a Selecção Nacional no CAN que a Côte d’Ivoire acolheu, a titular da pasta, Palmira Barbosa, foi exonerada
O Presidente da República, João Lourenço, exonerou ontem a ministra da Juventude e Desportos, Palmira Barbosa, e, num outro diploma, o titular do Poder Executivo nomeou para o cargo Rui Falcão Pinto de Andrade.
Para o efeito, o novo titular da pasta toma posse hoje no Palácio da Cidade Alta, em Luanda, às 15h00, segundo uma nota chegada à redacção do jornal OPAÍS.
A então ministra, por conta das verbas do CAN que a Côte d’Ivoire acolheu, teve alguns solavancos financeiros com a Federação Angolana de Futebol (FAF), presidida por Artur Almeida.
Quanto às verbas para apoiar a Selecção Nacional de Futebol na maior cimeira do desportorei em solo ivoirense, o MINJUD adiantou que havia feito chegar os valores em tempo oportuno.
Mas o presidente da Federação fez saber à imprensa no local que estavam na prova sem dinheiro e que tinham somente recebido 28 por cento do valor, isto é, dos 1 milhão de dólares que estavam cabimentados.
Por conta desta polémica, o Ministério da Juventude e Desportos, em nota de esclarecimento tornada pública ontem, na Galeria dos Desportos, na Cidadela, em Luanda, considerou infundados os argumentos de Artur Almeida.
Aliás, a secretária-geral do MINJUD, Cátia Teixeira, referiu que as verbas foram dadas à Federação para apoiar a Selecção Nacional no CAN em solo ivoirense.
A responsável avançou que Secretaria-Geral do Ministério disponibilizou verbas para o duplo compromisso: para a Taça Cosafa na África do Sul e também para o CAN, que terminou na semana passada.
Segundo os dados que constam no documento, foram afectados à FAF mil milhão e cento e oitenta e oito milhões, quarenta e seis mil e cento e treze kwanzas.
Deste modo, por via da Secretaria-geral do Ministério da Juventude e Desportos, houve disposições financeiras inerentes a outros encargos da Selecção, em 2023, no valor de Kz 593 355 272,00 (quinhentos e noventa e três milhões, trezentos e cinquenta e cinco mil e duzentos e setenta e dois kwanzas).
Em 2023, para a “operação Côte d´Ivoire 2023”, colocou-se à disposição da Federação Angolana de Futebol um montante inicial de Kz 1 407 516 708,84 (mil milhões, quatrocentos e sete milhões, quinhentos e dezasseis mil, setecentos e oito kwanzas e oitenta e quatro cêntimos).
Ainda assim, houve um reforço financeiro para a participação no CAN de 2023 de Kz 93 031 056,00 (noventa e três milhões, trinta e um mil e cinquenta e seis kwanzas).
Enquanto decorria a competição e após o apuramento para os oitavos-de-final do CAN, foram disponibilizados Kz 2 230 000 000,00 (dois mil milhões e duzentos e trinta milhões de kwanzas).
Fundo de Apoio ao Desporto A Secretaria-Geral do MINJUD, Cátia Teixeira, disse que o Fundo de Apoio ao Desporto celebrou um Contrato Programa com a ENDIAMA, SODIAM e a SONANGOL.
Desta celebração a empresa petrolífera angolana cabimentou Kz 618 888 133,32 (seiscentos e dezoito milhões, oitocentos e oitenta e oito mil, cento e trinta e três kwanzas e trinta e dois cêntimos).
Assim, o Contrato Programa com a empresa diamantífera resultou numa verba de Kz 631 670 775,00 (seiscentos e trinta e um milhões, seiscentos e setenta mil e setecentos e setenta e cinco kwanzas).
Por último, o Contrato Programa com a FAF via SODIAM (2022/2023) colocou à disposição Kz 593 569 400,00 (quinhentos e noventa e três milhões, quinhentos e sessenta e nove mil e quatrocentos kwanzas).
Na magna sala, a responsável do MINJUD afirmou que, contas feitas, o Estado angolano, através do Ministério da Juventude e Desportos, contando igualmente com o suporte do consórcio formado pelas empresas SONANGOL, ENDIAMA E SODIAM, colocaram à disposição da Federação Angolana de Futebol, tendo em conta o programa que compreendeu o período 2022/2023/2024, um total de Kz 7 356 077 458,16 (sete mil milhões, trezentos e cinquenta e seis milhões, setenta e sete mil, quatrocentos e cinquenta e oito kwanzas e dezasseis cêntimos).
Por conta disto, todo o valor está rigorosamente documentado e cabimentado, de forma faseada, seguindo-se à risca um cronograma e uma planificação financeira do Estado que em nenhum momento comprometeria a preparação da Selecção Nacional na Côte d´Ivoire, afirmou a responsável.
Entretanto, nos corredores da FAF, fala-se que o órgão que rege a modalidade no país “acusou” apenas 28 por cento do valor no dia 18 de Janeiro do corrente ano, no palco da competição desportiva.