Na próxima Segunda-feira, dia 16, todas as atenções estarão viradas para a ‘Casa das Leis’, local onde o Presidente da República, João Lourenço, irá proferir uma mensagem ao povo angolano sobre o Estado da Nação, numa sessão solene que marcará de igual modo a abertura do II ano parlamentar, referente à V legislatura
Por imperativo da Lei, plasmado no artigo 118º da Constituição da República de Angola, o Presidente da República profere, anualmente, uma mensagem ao povo angolano sobre o Estado da Nação, num discurso onde espelha a situação do país nas mais diversas áreas e aponta soluções e estratégias de governação para ultrapassar as dificuldades.
Este pronunciamento do Presidente da República sobre o Estado da Nação gera sempre expectativas à população, que espera ouvir em primeiro mão, da voz do Titular do Poder Executivo, sobre a situação actual da nação e do rumo que o país irá tomar. Analistas políticos e membros da sociedade civil, ouvidos por este jornal, falam de alguns aspectos que consideram essenciais e esperam que não deixem de ser mencionados no discurso do Presidente da República.
Analista político e especialista em relações internacionais, Osvaldo Mboco refere que o discurso do Presidente da República traz sempre uma perspectiva das dificuldades que o país enfrenta e das soluções que a governação pode apresentar para se ultrapassar uma série de constrangimentos a nível do país, quer sejam de ordem económica, política e social. Osvaldo Mboco espera que o pronunciamento do Presidente da República possa trazer as bases de como está a população angolana, para onde caminha, como é que se pretende sair das dificuldades e que políticas vão ser engendradas.
No domínio económico, o analista aponta a crise económica, cambial e fiscal que o país atravessa, considerando importante que o Presidente da República diga aos angolanos sobre as estratégias que estão a ser montadas em linhas gerais para se ultrapassar essa crise. “Há uma subida vertiginosa dos produtos da cesta básica, temos que compreender até que ponto está a estratégia do Executivo para a redução do preço dos produtos da cesta básica, porque a cada dia que passa as pessoas vão perdendo o poder de compra”, disse.
Ainda no domínio económico, considerou fundamental a apresentação da visão que o Executivo tem para a diversificação da economia, redução do número de importações e aumento da produção nacional. Outra perspectiva apontada pelo analista, que alega que não pode passar despercebida no pronunciamento do Presidente da República, é a apresentação de uma visão e estratégias de como é que o Executivo vai fazer para reduzir o índice de desemprego no seio da juventude.
No domínio social, referiu que, apesar do investimento que tem si- do feito com a construção de hospitais, com a compra de equipamentos e contratação de profissionais qualificados, o sistema de saúde angolano continua débil, e sem corresponder com as necessidades das populações, alegando que a questão da humanização ainda está em falta nos hospitais.
Avançou que outros aspecto que também gostava de ver assumido no discurso do Presidente João Lourenço é de fazer com que o país atinja, até 2027, a meta zero de crianças com idade escolar fora do sistema de ensino. “Outro grande desafio que o Presidente tem que equacionar é melhorar o acesso à água potável às famílias, o acesso à electricidade e à educação. Estes são elementos estruturantes do ponto de vista social”, salientou.