O Parlamento angolano aprovou, na última quarta-feira, 12, a condecoração de António Agostinho Neto e de José Eduardo dos Santos, primeiro e segundo Presidente da República, respectivamente, deixando de fora Holden Roberto (FNLA) e Jonas Savimbi (UNITA) das homenagens nos 50 anos de independência.
A Proposta de Lei que Cria a Medalha Comemorativa Alusiva aos 50 anos de Independência Nacional, a ser assinalado a 11 de Novembro deste ano, foi aprovada na especialidade apenas com votos favoráveis do MPLA. Para certos segmentos da so ciedade civil e até mesmo políticos, a proposta reflecte um entendimento unilateral da história do país.
Como é o caso da organização da sociedade civil OMUNGA, na voz do seu coordenador-geral, João Malavindele, que sugere que a medida representa um “grande retrocesso” no processo de reconciliação nacional. Para ele, o MPLA perde uma oportunidade de fomentar um verdadeiro entendimento histórico, ao ignorar nomes como os de Jonas Savimbi e Holden Roberto.
“Continuamos com os egos sociais e partidários a bloquear a construção de uma nação inclusiva. Ao falar da independência sem citar essas figuras, estamos a contar a história na diagonal, perdendo o foco da essência do que somos como país”, criticou João Malavindele.
O líder associativista lembrou ainda que, volvidos 50 anos, o país continua preso a divisões ideológicas e políticas, sem conseguir alcançar uma reconciliação plena.
O jovem é mesmo do entendimento de que o reconhecimento destas figuras não deveria ser objecto de votação parlamentar, pois se trata de um facto histórico incontestável.
“Considero uma falta de respeito submeter à votação o reconhecimento de Jonas Savimbi, Holden Roberto e até do próprio Agostinho Neto. Eles são parte indelével da nossa história e não se trata de uma escolha política, mas de um reconhecimento histórico”, afirmou