Depois de fracassar a legalização do Partido Humanista Democrático(PHD), decorrente da falta de requisitos exigidos por lei aos seus membros, maioritariamente dissidentes do PRS, alguns destes já manifestaram o interesse de voltar à procedência
POR: Ireneu Mujoco
De entre os mais de 20 membros que, em Maio do ano passado, abandonaram o PRS, um mês após a realização do seu 5º congresso que elegeu Benedito Daniel como novo líder deste partido, estão quadros intermédios e membros de direcção. Segundo fonte deste jornal, alguns destes terão sido arrastados por outros que estiveram à frente da coordenação da comissão instaladora do PHD, com promessas de cargos de direcção, caso o PHD passasse pelo crivo do Tribunal Constitucional. Gorada esta possibilidade, 13 membros, cujos nomes a fonte evitou citar, tiveram um encontro restrito, em Luanda, durante o qual decidiram voltar ao PRS, mas antes pretendem uma reunião com o secretário-geral desta força política, Rui Malopa Miguel.
Entretanto, a data da reunião não foi avançada pelo facto de Rui Malopa Miguel se encontrar em Benguela, em visita privada, desde a passada semana, explicou a fonte, um dos integrantes do PHD. De acordo com a mesma fonte, o chumbo do PHD pelo Tribunal Constitucional(TC) está a ser gerido internamente com um secretismo absoluto, no seio da comissão instaladora, apesar de ser já do domínio público. Disse haver um grupo restrito de membros que tomou conhecimento do acórdão do Tribunal Constitucional, através da imprensa, já que a coordenação do PHD remeteu-se a um silêncio sepulcral. Revelou que o PHD está dividido, e o seu desaparecimento definitivo “é apenas uma questão de dias”, acrescentando que instalou-se um clima de tensão no seio dos membros e estes acusam a coordenação de ter feito pouco ou nada para que o partido fosse legalizado.
Estamos receptivos”, diz o secretário-geral
Contactado via telefone, a partir de Benguela, o secretário-geral do Partido de Renovação Social(PRS), Rui Malopa Miguel, disse que o partido “está de mãos abertas” para receber todos que pretendam regressar à procedência, sem condicionalismos. Rui Malopa disse que o partido reconhece que alguns dos seus membros foram atraídos por outros, com a promessa de lhes oferecerem dinheiro e algumas benesses, mas sem sucesso. Questionado sobre se os que tinham cargos de direcção voltariam a ocupar os seus lugares, o político respondeu que o mais importante nesta altura é receber quem eventualmente pretender regressar ao partido, e o resto será decidido pelos órgãos competentes. Rui Malopa lamentou o facto de alguns destes membros terem contribuído na fundação do PRS, e feito carreira política nesta mesma força política, mas que foram arrastados por falsas promessas. Ainda assim, Malopa reitera que o partido continua receptivo a todos que querem voltar ao partido fundado por Eduardo Kwangana.
Os mentores do projecto
Sapalo António, segundo as nossas fontes, é apontado como tendo sido o mentor deste projecto político, apesar de recusar a sua ligação com o PHD, numa recente entrevista a OPAÍS. Ele disse que foi convidado para integrar este projecto, mas recusou, alegando que mantinha- se fiel à organização que ele próprio ajudou a fundar, o PRS. Segundo as fontes deste jornal, faziam parte da comissão instaladora um naipe de membros coordenados por André Casimiro e Silvestre Muacuambi Jacob. Entre os restantes responsáveis que integravam os outros departamentos figuravam os nomes de Pedrito Cuchiri, Aurélio Natakana Jeremias, André de Castro Mundando, Domingos Tchiculo Tchinguenji, Romeu António Manuel, Pedro Almeida Capumba, Rufino Kissonde, Joaquim Pedro Bembe, e outros.