No seu discurso, o estadista angolano enfatizou a importância da Aliança na Luta contra a Fome e a Pobreza, iniciativa liderada pelo Brasil, da qual Angola é membro fundador.
Para João Lourenço, esta aliança representa um instrumento necessário no sentido de se reverter os retrocessos nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionados à erradicação da pobreza e da fome, promovendo uma agricultura sustentável e a segurança alimentar em escala mundial.
Agricultura como pilar do desenvolvimento João Lourenço elogiou também o exemplo do Brasil no combate à fome e à pobreza, apontando o investimento na agricultura como uma solução comprovada.
Aliás, afirmou que Angola segue um caminho semelhante, apostando na diversificação económica e no fortalecimento da agricultura familiar e moderna, no sentido de reduzir a dependência alimentar externa.
“Angola possui vastas terras férteis, abundância de água e condições favoráveis para exportação agrícola. Estamos comprometidos em combinar esforços nacionais e investimentos privados estrangeiros para alcançar a erradicação da pobreza e a segurança alimentar, como previsto na Agenda 2030 da ONU e na Agenda 2063 da União Africana”, afirmou o Presidente.
Desafios das mudanças climáticas
O estadista angolano ressaltou também o impacto das mudanças climáticas na pobreza e na insegurança alimentar, citando a seca severa no sul do país como exemplo, e destacou as iniciativas como o Projecto Cafu, que leva água do rio Cunene para as comunidades afectadas.
“Esses esforços têm transformado a vida de populações nômades, promovendo a agricultura e a fixação nas áreas anteriormente inabitáveis”, explicou.
Outros projectos em construção, como as albufeiras de NDue, Calucuve e Cova do Leão, além de novos reservatórios previstos para 2027, reforçam o compromisso do Executivo angolano em combater os efeitos da seca e assegurar o acesso à água.
Programa KWENDA: um modelo inspirado na “Bolsa Família” Inspirado no programa “Bolsa Família” do Brasil, Angola implementou o programa KWENDA, que fornece assistência financeira directa às populações carentes.
Segundo João Lourenço, esta medida temporária visa permitir que as famílias realizem pequenos investimentos que promovam a autonomia e a dignidade enquanto são desenvolvidas soluções estruturais.
O Presidente da República terminou o seu discurso agradecendo ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela liderança do Brasil no G20 e pela inspiração que o país representa no combate à fome e à pobreza.
Reforçou o apelo por uma mobilização global de recursos e esforços para se alcançar soluções duradouras e sustentáveis.
“É fundamental que todos – governos, empresas, organizações humanitárias e religiosas – trabalhem juntos para enfrentar este desafio comum. O futuro das nossas nações depende da nossa coragem em agir agora”, concluiu.