O Presidente da República, João Lourenço, apresenta hoje a sua comunicação ao mundo, também na qualidade de ‘Campeão da Paz da União Africana’, que deverá incidir sobre a mitigação do conflitos no continente africano, que têm vindo a culminar com golpes de Estado, no âmbito da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, que decorre em Nova Iorque, Estados Unidos da América
No segundo dia do debate geral da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, que decorre sob o lema “Reconstruir a confiança e reacender a solidariedade global: acelerar a acção sobre a Agenda 2030 e os seus Objectivos de Desenvolvimento Sustentável em direcção à paz, prosperidade, progresso e sustentabilidade para todos”, o Chefe de Estado angolano regressa ao púlpito.
João Lourenço, que se encontra nos Estados Unidos desde o último Sábado, 16, deverá falar também na qualidade de ‘Campeão da Paz da União Africana”, sendo que a sua comunicação deverá ser orientada para as questões da estabilidade do continente, a necessidade do cumprimento dos preceitos constitucionais, que nos últimos tempos têm sido violados no continente africano.
De acordo com os analistas, o mais recente golpe de Estado de que foi alvo o Presidente deposto do Gabão, Ali Bongo, deverá merecer o apelo do Presidente da República que repudia assim, como os seus homólogos da Comunidade Econômica dos Estados da África Central (CEEAC), a tomada do poder pelo uso da força.
“A necessidade de se eliminar os conflitos no continente de um modo geral deve ser um esforço coordenado como defendeu o Presidente durante a Cimeira Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, tendo ainda dito que essas situações desencorajam o investimento, retirando do mercado a credibilidade de que necessita.
E isso acredito que deverá voltar a ser chamado”, perspectivou o analista Walter Miguel.
Diplomacia económica
À margem da Cimeira dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, que decorreu até ontem, Terça-feira, em paralelo com a 78ª sessão da Assembleia Geral da ONU, João Lourenço recebeu em audiência a Presidente das Comores, com quem abordou assuntos de interesse comum.
Mais tarde, privou com Tony Blair, o antigo Primeiro-ministro do Reino Unido, e com Scott Nathan – CEO da Corporação Financeira para Internacionalização dos EUA (DFC).
Com o segundo interveniente, abordou a questão da transacção Ferroviária Atlântica do Corredor do Lobito, que tem quase mil e 300 quilómetros em Angola, passando pelas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico.
A DFC é uma instituição financeira de desenvolvimento americana que estabelece parcerias com o sector privado, a fim de financiar soluções para os desafios mais críticos que o mundo em desenvolvimento enfrenta actualmente.
Ainda no quadro da sua agenda de trabalho, João Lourenço recebeu Jacob Stausholm, CEO do Rio Tinto, com quem analisou a presença do grupo em Angola.
O Rio Tinto está cada vez mais envolvido em África, incluindo em território angolano, onde a sua equipa de exploração tem estado envolvida desde que iniciou negociações com a Endiama, em 2019.
Entretanto, a jornada de trabalho da delegação angolana em Nova Iorque ficou igualmente marcada pela assinatura de um Comunicado Conjunto que assinalou o estabelecimento das relações diplomáticas com o El Salvador.
O compromisso foi formalizado em Nova Iorque, com um Comunicado Conjunto assinado pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António, e pela ministra dos Negócios Estrangeiros do El Salvador, Alexandra Hill Tinoco.
O acordo foi estabelecido nos termos da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 18 de Abril de 1961, e da Convenção de Viena sobre Relações Consulares, de 24 de Abril de 1963, à margem da Semana de Alto nível da 78ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.