O Presidente da República de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, avançou ontem, no Palácio Presidencial, que o Hospital geral dos Cajueiros vai beneficiar, brevemente, de uma reabilitação profunda que se vai estender em todas as áreas. Actualmente, apenas está a ser requalificado o bloco operatório
o Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, efectuou ontem uma visita de constatação ao hospital dos Cajueiros, no município do Cazenga, e ao Instituto de Medicina Forense, na Camama, ambos em Luanda, e no final da jornada respondeu a algumas questões feitas pela imprensa em sede do Palácio Presidencial.
O titular do Poder Executivo de- talhou à imprensa que o que viu no período da manhã no hospital dos Cajueiros lembra as visitas que realizou ao hospital Sanatório de Luanda, que posteriormente motivou uma intervenção de emergência em função do contexto actual.
“Devo dizer que o que vi esta manhã me recorda um pouco a visita que efectuei já alguns anos atrás ao hospital Sanatório de Luanda. Devo dizer que, em relação ao hospital dos Cajueiros, a situação também exige uma intervenção bem maior do que está a acontecer agora”, frisou.
A intervenção está a ocorrer apenas no laboratório e esta requalificação não é uma solução, razão pela qual o Presidente da República avançou que será feita uma reabilitação profunda, que vai estender-se a todas as áreas.
“A decisão está tomada”, garantiu, realçando que é necessária a mobilização de recursos. Segundo o Presidente João Lourenço, a mobilização de recursos será feita tendo em conta o esta do em que os doentes estão a ser atendidos, que considerou não ser a melhor forma de o fazer. Referiu que o hospital tem espaço exíguo, está mal equipado, pode ser que dentro de dois a três meses a situação venha a melhorar, tendo em conta que a unidade sanitária não atende apenas munícipes do Cazenga, mas também de áreas vizinhas, mormente de Viana e Cacuaco.
Todavia, uma vez que Viana e Cacuaco terão novas unidades sanitárias nos próximos meses, acredita-se que a demanda possa reduzir e a pressão que o Hospital dos Cajueiros sofre poderá baixar, uma vez que actualmente são atendidos naquela unidade mil e 500 doentes todos os dias.
Escassez de recursos humanos
Os recursos humanos a nível do país são escassos, em todos os domínios e no caso concreto no sector da Saúde, em todas as especialidades, mas a situação não é factor que impeça de se investir em infra-estruturas, defendeu João Lourenço, acrescentando que as obras levam um tempo determinado de construção e enquanto este período decorre, de igual modo, a formação do homem continua. “E chegará o momento em que o país vai registar quadros suficientes para cobrir as lacunas que existem actualmente”, ressaltou.
João Lourenço explicou que a infra-estrutura que está a ser erguida no Distrito Urbano da Camama, designado por “Morgue central”, uma unidade científica forense não apenas para formação, mas também para servir as necessidades dos órgãos policiais, ou seja, sempre que houver mortes por esclarecer, a instituição será bastante útil. “Porém, a julgar pelo número de gavetas que há, mais de 200, vai com certeza desempenhar a função de uma morgue”, explico. “Os municípios de Luanda têm as suas morgues em um estado inadequado.
Enquanto não se reverter a situação, o Instituto de Medicina Legal vai cobrir a lacuna”, perspectivou o estadista. O Presidente defende a necessidade de se acelerar o ritmo de execução da obra. “Regra geral, quando o ritmo de execução da obra está lenta, salvo raras excepções, a razão é porque a execução financeira também está lenta. Porém, vamos acertar o passo, tanto nos Cajueiros como na Camama, que é uma obra que considero pequena e veremos se nos próximos meses concluímos”, manifestou.
O empreiteiro deu a garantia de que se o Executivo honrar com a sua parte, relativa à cabimentação financeira, em poucos meses poderá terminar, prevendo-se que seja entregue ainda em Novembro do ano corrente. O está avaliado em oito mil milhões de kwanzas.