Tiveram início, ontem, em Luanda, os actos preparatórios para a realização da 43ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), cujo ponto alto acontece no dia 17, com a passagem da presidência da organização para Angola. Para o analista Osvaldo Mboco, Angola poderá colocar na pau- ta da SADC a discussão sobre as situações no leste da RDC e Cabo Delgado, em Moçambique
Para o analista de relações internacionais Osvaldo Mboco, as questões políticas, nomeada- mente a situação na cidade mo- çambicana de Cabo Delgado, e o prevalecente conflito no leste da República Democrática do Congo (RDC), poderão marcar o certame. “Angola poderá colocar na pauta da SADC estes assuntos para discussão, sendo também uma oportunidade para mostrar que a diplomacia angolana é actuante e activa, face aos vários assuntos que dominam a região”, disse, acrescentando que a presidência de Angola poderá mostrar também o prestígio do Estado angolano sobre várias matérias.
Segundo Osvaldo Mboco, a cimeira é, também, uma oportunidade para aumentar a visibilidade de Angola enquanto um dos principais “players” do ponto de vista da articulação quer política, quer militar, ao nível da SADC. No plano económico, a zona de comércio livre continental e o fraco comércio regional e a industrialização da SADC poderão ser os outros focos da presidência angolana, de um ano, à frente dos destinos da organização.
“Esta cimeira irá colocar os jovens no centro daquilo que é a estratégia do ponto de vista do empoderamento dos mesmos, e também o financiamento que tanto se precisa para que esta franja da sociedade desenvolva as suas habilidades”, disse. A questão da industrialização, avançou o especialista, continua a ser um dos grandes handicaps da organização. “Porque traz consigo vários desafios. Aliás, é por isso que o lema da cimeira está, de certo modo, centrado na valorização do capital humano e financeiro”, notou.