Durante a sua visita às obras da referida barragem, João Lourenço foi informado que a mesma está a um nível de execução física de 74 por cento, com garantia absoluta de que poderá ser concluída em Dezembro deste ano, o que vai contribuir para a diminuição dos efeitos da seca na província do Cunene
O Presidente da República, João Lourenço, recebeu ontem garantias da viabilidade do projecto de construção da barragem de Ndué, no município de Cuvelai, província do Cunene. Durante a sua visita às obras da referida barragem, João Lourenço foi informado que a mesma está a um nível de construção de 74 por cento, com garantia absoluta de que poderá ser concluída em Dezembro deste ano.
João Lourenço, que durante a sua visita esteve acompanhado da Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, pelos ministros de Estado, ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, e da governadora provincial do Cunene, Gerdina Ulipame Didalelwa, percorreu demoradamente a infra-estrutura que começou a ser construída em 2022.
No local, João Lourenço foi informado que, dos 200 milhões de dólares do custo da empreitada, 100 já estão pagos, o que garante maior confiança entre o Executivo e o grupo de empreiteiros encarregues na construção da referida barragem que prevê beneficiar mais de 50 mil famílias e o mesmo número do gado, afirmando- se, assim, para a minimização dos efeitos da seca que assola a parte sul do país, com a província do Cunene perfilada na lista das regiões que mais sofre com o fenómeno.
Combate cerrado à seca
Durante a apresentação do projecto, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, garantiu ao Presidente da República que a obra decorre com toda a normalidade como foi projectada e que, dentro de pouco tempo, as populações do Cunene poderão ver, assim, os problemas da seca diminuídos consideravelmente.
Segundo o governante, a construção dessa barragem e de outras, como a da Cova do Leão e Calucuve, vão minimizar os problemas de estiagem que o Cunene enfrenta, assim como já tem feito o Canal do Cafu, que apresenta resultados muito positivos às populações, que, para além do consumo e de dar de beber o gado, está, igualmente, a potenciar o desenvolvimento da agricultura nas duas margens.
Aliás, a esse respeito, João Baptista Borges lembrou que o combate à seca consta das prioridades de governação do Presidente João Lourenço que, desde 2019, vem implementando uma série de estratégias públicas neste sentido.
Conforme referiu, desde 2012 que cerca de 500 mil pessoas sofriam com o problema da longa estiagem naquela província do sul do país. Todavia, com a entrada em funções do Presidente João Lourenço, em 2019 houve a orientação do Chefe do Executivo da necessidade de disponibilizar água permanente às populações para que garantam a sua subsistência.
Neste sentido, destacou o ministro, foi criado o Programa de Combate aos Efeitos da Seca no Sul de Angola. Com esta iniciativa, frisou, foi criado um conjunto de projectos, sendo que o primeiro dos quais foi o Canal do Cafu, inaugurado no dia 4 de Abril de 2022. “Nesta data, entraram em curso um conjunto de cinco projectos agregados em sete lotes, sendo dois na margem esquerda do Cunene”, apontou.
Desses projectos, o ministro João Baptista Borges indicou as barragens do Ndué e Calucuve, agregados na bacia hidrográfica de Cuvelai, com mais de 240 milhões de metros cúbicos de armazenamento de água e 185 quilómetros de canais.
Solução para as cheias que afoga o Cunene
O ministro sublinhou ainda que é importante referir que as barragens do Ndué e Calucuve não serão apenas uma solução para a seca, mas também, esclareceu, para as cheias, na medida em que evitarão, em períodos de elevada carga pluviométrica, a inundação da cidade de Ondjiva, capital do Cunene, que se encontra implantada na bacia do Cuvelai.
Por dentro da barragem
A Barragem do Ndue, localizada no rio Caundo, possui 9 mil e 200 hectares de área irrigada, com uma albufeira de dois mil hectares para armazenar 170 milhões de metros cúbicos de água, com 23,50 metros de altura e mil 500 metros de comprimento, estando a execução em 74 por cento. Vai contar com um canal adutor de 15 chimpacas, numa extensão de 75 quilómetros até à localidade de Embudo, no município do Cuanhama.
Missão cumprida
Depois de três dias de intensa actividade à província do Cunene, o presidente da República, João Lourenço, regressou à capital Luanda, deixando assim as populações do Cunene com mais esperança no futuro e certeza de que os efeitos da seca são um cenário que vai ser diminuído, a julgar pelas políticas públicas em curso, como garantiu a governadora local, Gerdina Didalelwa.
Segundo a governante, João Lourenço elevou o nível de sentimento de segurança e esperança às populações que tudo farão para preservar os diferentes programas e infra- estruturas que estão a mudar a vida do Cunene.
“É a quinta vez que o presidente vem à nossa província, e nós nos sentimos muito felizes por isso. Vamos continuar a trabalhar para a melhoria da vida das nossas populações”, garantiu.
importa referir que, para além de visitar as obras da barragem de Ndué, João Lourenço inaugurou o Hospital geral do Cunene, general Simione Mucune, e dirigiu a primeira Reunião anual do Conselho de governação Local. participaram da referida reunião os 18 governadores provinciais do país e membros do Executivo, entre ministros e secretários de Estado.