Para joão lourenço, depende sobretudo dos africanos tornar África um continente de paz, de reconciliação e desenvolvimento económico, tendo pedido que todas as energias, talentos e recursos do continente sejam dedicados, em primeiro lugar, a favor do desenvolvimento económico e social dos países africanos
O presidente da República, João Lourenço, defendeu, ontem, a necessidade dos africanos desarmarem as mentes com vista a alcançar o desenvolvimento do continente e fim dos conflitos que ainda persistem João Lourenço, que discursava virtualmente no acto central das celebrações do Dia da Paz e Reconciliação em Africa, numa sessão do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, realizada em Adis Abeba, Etiópia, apontou que coloca-se, a cada cidadão africano, aos povos africanos, aos políticos e governantes africanos, às organizações da sociedade civil e demais instituições, “a exigência de desarmarmos as nossas mentes para trabalharmos de mãos dadas e dentro do espírito de fraternidade que nos é característico”.
Segundo o Chefe de Estado, essa será crucial para se colocar “um fim aos conflitos que subsistem na África Ocidental, na África Central, na Região dos Grandes Lagos, na África Oriental e no Cor- no de África”. Na mensagem aos africanos no dia da celebração, pela primeira vez, do dia dedicado à Paz e à Reconciliação no continente, João Lourenço afirmou ainda que o objectivo é ver, num futuro não muito longínquo, o continente economicamente forte e socialmente estável que supere o analfabetismo, a fome e a miséria, que garanta em- prego e bem-estar.
O Chefe de Estado referiu que este “velho sonho” é realizável se todos juntos trabalharem para alcançar uma paz definitiva em todo o continente, declarando tolerância zero ao terrorismo, aos golpes de Estado e às guerras inter-étnicas, inter- religiosas e entre países vizinhos. Afirmou que depende, sobretudo dos africanos, tornar África um continente de paz, de reconciliação e desenvolvimento económico, tendo pedido que todas as energias, talentos e recursos do continente sejam dedicados, em primeiro lugar, a favor do desenvolvimento económico e social dos países africanos.
flagelo da fome, da miséria e das doenças”
Durante a sua dissertação, João Lourenço alertou para “os graves problemas” que África enfrenta onde, lamentavelmente, os conflitos armados agravam o flagelo da fome, da miséria e das doenças”. O estadista angolano referiu que os conflitos armados também resultam em migrações forçadas das populações, afastam o investimento privado estrangeiro, aumentam o desemprego, como outros males que afectam o quotidiano de milhares de cidadãos.
O também Campeão para a Paz e Reconciliação em África pediu que se deixe “definitivamente para trás o passado conturbado de desentendimento, de desarmonia e de discórdia que condicionou e comprometeu a execução de estratégias de desenvolvimento que ajudariam a impulsionar o nosso crescimento económico e colocar-nos a um nível aceitável de competitividade com outras regiões do mundo”.
A efeméride
A mensagem marcou o lançamento do “Dia da Paz e Reconciliação em África”, que passará a ser comemorado a cada 31 de Janeiro, em conformidade com a Declaração da 16ª Sessão Extra- ordinária da Assembleia da União Africana, realizada em Malabo, Guiné Equatorial, a 28 de Maio de 2022.