Depois de no município do Bailundo, a comuna do Lunge, ser palco, recentemente, de uma acção de rebelião, que causou a morte de dois cidadãos e um ferido, desta vez os fiéis da seita adventista “Igreja do 7º dia A Luz do Mundo”, vulgo “kalupetekistas”, mais de 250 integrantes daquela denominação cristã, escolheu a comuna da Chipipa, no Huambo, para actos de insurgência, mas foram prontamente desactivados pelo corpo policial destacado no local
Com a intenção premeditada de colocar em risco a paz e a tranquilidade da comunidade, o que segundo o comandante municipal da Polícia Nacional, António Katuta, não chegou a ocorrer devido ao trabalho de proximidade policial é prova dos resultados deste programa que não permitiu que os supostos crentes perpetrassem acções similares como as ocorridas recentemente.
O líder religioso da comuna da Chipipa, José Katima, disse à Rádio Nacional de Angola que com a prontidão efectuada pela Polícia Nacional não resta outra alternativa senão obedecer e não atentar contra a ordem e tranquilidade públicas. “Fui eu que recebi os irmãos das zonas que estiveram. Mas teremos de obedecer e o culto que estava previsto já não faremos”, garantiu no local o líder da igreja local “A Luz do Mundo”.
Por sua vez, o rei do Bailundo, por sinal onde já foram verificados actos dinsurgência contra a Polícia, espera que o Estado coloque tolerância 0 no combate a eventos como estes, que colocam em risco a segurança pública. Francisco Tchongolola Tchongonga fez saber que o reino do Bailundo sob sua tutela, intensificou a vigilância para evitar tais práticas, que atentam contra o livro sagra- do. “É uma situação que começou no Sumi e estamos a ver que estão a repercutir em situações negativas.
As nossas populações devem saber que todo mundo, que é prega- dor da palavra de Deus, deve base- ar-se única e simplesmente na Bíblia”, salientou o rei, acrescentando que quem se revolta contra as autoridades está precisamente em contra mão com aquilo que Deus ordenou, sendo que os que assim agem serão condenados nos termos legais.
Por essa razão, garante que as autoridades tradicionais estarão atentas, controlando todas as acções anormais perpetradas por esses membros ou por outro qual- quer, apelando aos populares para que não sigam as orientações vindas dos líderes “Kalupetekis-tas”, pois estes continuam a actuar à margem da lei, desrespeitando a autoridade do Estado.
Líder preso
O líder da extinta Igreja do 7º dia A Luz do Mundo, José Jolino Kalupeteka, está preso depois de ter sido condenado em 2016 pelo homicídio qualificado de nove agentes da Polícia Nacional, com uma pena inicial de 30 anos, mas que foi reduzida pelo Tribunal Supremo para 23 anos. As mortes ocorreram no Monte Sumi, no município da Caála, onde os fiéis se encontravam acampados sob a liderança do fundador da seita. Polícias deslocaram- se à região para dar cumprimento a um mandado de captura, na sequência de outro caso de violência na província vizinha do Bié.
Os agentes tentaram persuadir o grupo a deixar o acampamento religioso. Foram mortos na ocasião, o comandante da Polícia Nacional da Caála, o chefe de operações da Polícia de Intervenção Rápida no planalto central, o delegado do Serviço de Inteligência e Segurança Interna da Caála, o instrutor da Polícia de Intervenção Rápida no Huambo, um primeiro subinspetor e quatro agentes. Além de José Julino Kalupeteka, sete outros seguidores da seita foram condenados a 24 anos de cadeia e outros dois a 16 anos cada um.