Está marcada para hoje, Segunda-feira, 29, a partir das 8 horas, a greve interpolada do Sindicato dos Técnicos e Administrativos da Procuradoria Geral da República (PGR) que poderá durar três semanas
Por: Norberto Sateco
Embora a entidade patronal diga estar surpreendida com a atitude do sindicato, a realidade é que os trabalhadores administrativos e técnicos da Procuradoria Geral da República (PGR) entram em greve, segundo José Lourenço. Em entrevista a OPAÍS, Sexta- feira, José Lourenço, do Sindicato Nacional dos Técnicos e Trabalhadores de Justiça, afirmou estarem reunidas todas as condições para que a greve arranque nesta Segunda-feira.
“Em princípio, está tudo a postos para exigirmos os nossos direitos, pois há muito que vimos a reivindicar. É uma pena que na antiga governação não éramos tidos nem achados”, afirmou o sindicalista.
Os protagonistas contestam a não aprovação de diplomas legais inerentes às remunerações, reconversões e outras promoções há muito reclamadas, ainda na era do procurador cessante, João Maria de Sousa, mas sem sucesso. A confirmação desta greve é a continuação da primeira, feita em Julho do ano passado, mas que foi interrompida após um consenso entre o sindicato e a entidade patronal, num altura em que o país realizava as suas quartas eleições gerais.
PGR diz haver diálogo Entretanto, do lado da entidade patronal, o director do gabinete de imprensa da PGR, João Mizalaque, contactado por este jornal, diz estar surpreendido com a informação. Alega ter havido diálogo com o sindicato e também algum consenso na resolução das queixas apresentadas. “Estamos a trabalhar, há contactos permanentes com o sindicato.
A direcção sempre se manteve aberta, portanto, esta informação de que haverá greve na PGR acabou por nos surpreender, porque os contactos têm sido bons, consensuais, pelo menos aparentemente”, referiu.
Quanto às revindicações levantadas sobre a aprovação do pacote legislativo, aquele responsável referiu que tem registado certa celeridade no seu processo de aprovação. “Sabemos que que ele tem procedimento próprio, o impacto financeiro que se deve analisar, a conformação dos documentos que constam neste pacote legislativo e os princípios gerais da administração pública formam um processo que leva algum tempo a analisar”, justificou-se Mizalaque.
Ausência de condições laborais mínimas Actualmente, afirma o secretário- geral do Sindicato, os problemas mantêm-se, não tendo havido qualquer evolução significativa referente aos levantados pelos trabalhadores. Os reivindicadores revelaram que viveram sempre de promessas durante o consulado de João Maria de Sousa, acusado de não ter feito nada em prol dos trabalhadores, e auguram que o novo procurador faça a diferença.