O Procurador-Geral da República, Hélder Fernando Pita Grós, considerou ontem, Quarta-feira, inoportuna a greve decretada pelos funcionários do sector, desde Segunda-feira, que reivindicam a aprovação dos pacotes legislativos em que constam o Regime Remuneratório e transições nas carreiras
“Essa greve é inoportuna. Não faz sentido neste momento os trabalhadores da PGR entrarem em greve, porque desde que entramos em funções reunimos duas ou três vezes com o sindicato para a resolução das preocupações que nos foram colocadas”, aclarou o magistrado.
Hélder Pita Grós falava à imprensa à margem do encontro que manteve nesta Quarta-feira com os procuradores colocados junto do Serviço de Investigação Criminal na província de Luanda, durante o qual procedeu à apresentação do novo PGR junto do SIC, Beato Paulo, e ouviu inquietações que têm afectado o seu trabalho junto das esquadras policiais.
Disse estranhar a convocação da greve quando a direcção da PGR pedira à direcção do sindicato para indicar um funcionário para integrar um grupo de trabalho do qual fariam parte representantes dos ministérios da Justiça, Finanças e da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, para a resolução das inquietações apresentadas.
De acordo com o Procurador- Geral da República, o trabalho com os respectivos departamentos ministeriais continua, só que sem a presença de representes do sindicato dos trabalhadores da PGR, “porque eles próprios esquivaramse em indicar um representante e decidiram partir para a greve”.
“Não sei se o objectivo das pessoas que dizem ser representantes do sindicato é defender os trabalhadores ou se querem cinco minutos de fama, portanto, não houve, da nossa parte, nada que tenha acontecido que eles pudessem ver que estávamos imbuídos de má-fé, antes pelo contrário”, atesta. Hélder Pita Grós disse não estar alarmado com a greve decretada pelo sindicato dos trabalhadores da PGR, porque, em termos de serviços, conseguiram colmatar a forma de atender aos cidadãos, notando que a solução das preocupações apresentadas pelo sindicato não depende apenas da direcção da instituição.
Sindicato mantém posição
O sindicato dos trabalhadores da PGR não vai mudar de posição em relação à greve porque sabe o que está a fazer, disse o seu representante, Elias Pinto. “Estamos cientes de tudo o que pode acontecer.
Não estamos preocupados com as declarações do PGR, é uma forma de desestabilizar a intenção sindical, mas nós perseguimos os nossos objectivos para o bem dos trabalhadores”, vincou.
A principal reivindicação do sindicato é a aprovação e publicação em Diário da República de pacotes legislativos em que constam o Regime Remuneratório dos Funcionários, as Transições e as Carreiras. Trata-se de um conjunto de decisões saídas de uma assembleia-geral que juntou, no princípio do ano passado, funcionários da PGR.
“Estamos a caminho de seis anos que os diplomas nunca avançaram, porque permaneceram nas gavetas das entidades superiores durante muito tempo. Só depois da pressão do sindicato é que eles pegaram nos documentos, mas de forma titubeante.
Já teriam sido aprovados há muito tempo para o benefício dos trabalhadores”, sustenta. Segundo Elias Pinto, há outros pacotes que, em época de crise, têm sido aprovados normalmente.