Uma comissão de Peritos do Órgão Técnico do Mecanismo Conjunto de Verificação Alargada da CIRGL (Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos) esteve em Cabinda, para avaliar a situação sobre a segurança e a estabilidade ao longo da fronteira comum entre Angola, a República do Congo-Brazzaville e a República Democrática do Congo (RDC)
À saída do encontro, que manteve com a governadora de Cabinda, Mara Quiosa, o chefe de peritos, Herma Congbo, disse à imprensa que a missão do órgão técnico militar é a de verificar os incidentes que possam existir e que podem colocar em causa a paz e a estabilidade entre os Estados membros da Região dos Grandes Lagos. “Quotidianamente a nossa missão fundamental é verificar e monitorar a situação de segurança e humanitária dos 12 Estados membros da Região dos Grandes Lagos”.
O objectivo dessa missão é contribuir para a paz e estabelecer um clima de confiança entre os Estados membros.” Segundo Herma Congbo, das informações que recebeu das autoridades governamentais e militares locais, Cabinda vive um clima de calmia e estabilidade já que existe “ uma boa colaboração entre as autoridades militares de Angola e dos países vizinhos”, o que permite a livre circulação de pessoas e bens ao longo da fronteira comum, bem como a garantia de uma paz, segurança, e estabilidade ao nível da província de Cabinda.
Herma Congbo reconheceu e louvou o contributo que Angola tem desempenhado na pacificação da região, considerando o presidente angolano, João Lourenço, como uma personalidade política que tem uma vasta experiência na solução dos conflitos na região.
“Ele dedica muitos esforços para estabilizar e trazer a paz à nossa região e tem tido alguma intervenção de aconselhar os seus colegas ao nível político para o bem da Região dos Grandes Lagos”, afirmou. Apontou a República Centro Africano e o Leste da RDC como as regiões de maior instabilidade de momento e que merecem maior engajamento político a todos os níveis. Para tal, afirmou ser importante que os Estados membros sejam mais sinceros e responsáveis por esse nosso objectivo.
A Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos é uma organização interestadual cuja criação baseiou-se no reconhecimento de que a instabilidade política e os conflitos nestes países têm uma dimensão regional considerável e requerem um esforço concertado para promover a paz, a estabilidade, segurança e o desenvolvimento sustentável dos seus membros. A CIRGL integra 12 países, nomeadamente Angola, República Centro Africano, RDC, Congo Brazzaville, Burundi, Quénia, Uganda, Ruanda, Sudão, República do Sudão do Sul, Tanzânia e Zâmbia.
POR: Alberto Coelho, em Cabinda