Uma fonte do Partido Democrático para o Progresso da Aliança Nacional Angolana (PDP-ANA), que não se quis identificar, em reacção ao comunicado divulgado esta terça-feira, 2, fez saber que a decisão não terá agradado as hostes da direcção do PDP-ANA, que nos próximos dias deverá publicamente reagir à medida.
De acordo com este interlocutor, as razões levantadas não colhem por conta de existirem no seio da CASA-CE outras forças adstritas à mesma, que firmaram alianças com outras congéneres e nem por isso houve a mão pesada do Colégio Presidencial sancionando-as.
Na sua alegação, sem dizer taxativamente de que forças faz referência, salientou apenas ser prematuro que o PDP-ANA faça já uma comunicação oficial, mas acredita que a breve trecho, vai apresentar o seu posicionamento face à medida que considera parcial tendo em conta a existência de antecedentes nos mesmos termos.
“Essa situação ocorre numa se- mana em que, digamos, seja traidora por conta do feriado prologando que está a portas. Mas estamos sem pressa, sendo certo que, entre segunda e terça-feira, a direcção do partido poderá reagir, pois devem ser respeitados os acordos e não é de forma precipitada como alguns pretendem tirar proveito”, apontou a fonte
O interlocutor que vimos citando acrescentou ainda que muita água ainda há-de correr, ao que chegou a chamar de “águas turvas” entre o PDP-ANA e a CASA-CE, pois defende que, quando existem acordos, os termos para o desfecho ou continuidade são preciso ser vistos no quadro da boa-fé.
Na base do imbróglio está a decisão dos partidos PALMA-NA, PPA, PADDA-AP e PNSA todos adstritos à CASA-CE, em suspender a participação do Partido PDP-ANA das actividades da Coligação, a todos os níveis, devendo a suspensão ser levantada ou agravada conforme a deliberação oficial do Partido sobre a referida matéria e remetida ao Colégio Presidencial, em tempo oportuno, para a coesão interna e estabilidade funcional.
No entanto, lê-se na decisão da CASA-CE que o partido PNSA, através do seu presidente, manifesta a inequívoca vontade de continuar como membro de pleno direito da coligação, ao passo que o PDP-ANA, por via do seu presidente, afirma não ter mandato do partido para responder à questão, sendo competência do órgão deliberativo da agremiação.
Recorde-se que o PDP-ANA assinou recentemente um memorando conjunto com o Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA) e Movimento da União Nacional (MUN), denominado “Bloco da Solução”, que visa a alternância do poder no próximo pleito eleitoral, agendado nos termos constitucionais para o mês de Agosto de 2027.
O retrocesso da CASA-CE nas últimas eleições em que não obteve nenhum mandato parlamentar, está na base do abalo da coligação, que em 2022 perdeu para a UNITA, o Bloco Democrático, tendo estes criado a plataforma sem respaldo legal, Frente Patriótica Unida (FPU), que igualmente integra o projecto PRA JA-Servir Angola, chumbado novamente pelo Tribunal Constitucional através do acórdão n.º 878/2024 relativo ao processo n.º 1096-D/2023.