A integridade da informação esteve em debate na Conferência de Luanda sobre Princípios Globais das Nações Unidas para a Integridade da Informação, realizada ontem pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, em parceria com Organização das Nações Unidas (ONU).
O evento, que trouxe uma reflexão em torno da integridade da informação, procurou juntar esforços com diferentes parceiros governamentais, sociedade civil e autores individuais, no sentido de melhorar a integridade na informação, num mundo em que a informação falsificada cresce a cada dia que passa, causando discórdia e desarmonia nas sociedades.
A chefe de governança do PNUD, Ikena Carreira, falou sobre os Princípios Globais das Nações Unidas para a Integridade da Informação, destacando a confiança e resiliência social, incentivos saudáveis, a capacitação pública, a media independente, livre e plural e a transparência em pesquisa.
A responsável referiu que as Nações Unidas, com os seus parceiros governamentais, produziu estes princípios para dirigir à comunicação social, com objectivo de promover um mundo de prosperidade, harmonia, integridade, e sobretudo uma comunicação que promova a melhoria dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“Angola foi um dos primeiros países a aderir aos Princípios Globais da ONU. Os profissionais da comunicação devem aderir aos Princípios Globais da ONU para a Integridade da Informação, que estão alinhados aos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, para criar um mundo de prosperidade e de inclusão”, disse.
O representante interino do departamento da comunicação global das Nações Unidas, Maurício Juliano, considerou, igualmente, importante a ade- são a estes Princípios Globais, por incluírem importantes recomendações de diferentes autores sociais, que visam apoiar a comunicação em prol do desenvolvimento sustentável e ajudam a criar a alfabetização digital nas sociedades.
“Os órgãos tradicionais de comunicação social podem fazer o seu trabalho de forma íntegra. Não podem controlar o que acontece nas plataformas digitais, mas eu acho que há um trabalho muito importante destes órgãos que tem a ver com a alfabetização digital, isto porque é preciso fazer com que pessoas, como a minha mãe, por exemplo, que têm mais de 60 anos, entendam que, quando recebem uma certa notícia numa plataforma digital, esta pode não ser, necessariamente, uma notícia, pode ser uma informação fabricada”, sublinhou.
Informar com responsabilidade Já o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Pedro Miguel, disse, por seu turno, que a desinformação na me- dia continua a construir uma grande preocupação.
Pedro Miguel defendeu a construção de uma imprensa que promova a paz, a cidadania e que seja capaz de trazer harmonia social, pedindo maior responsabilidade aos profissionais de comunicação social no cumprimento das suas funções de informar e formar.